Futuro indefinido para GP do Brasil
Com prejuízo de quase R$ 100 milhões, GP do Brasil segue em risco: “Não apostaria meu dinheiro nisso”, diz Ecclestone
Apesar de o GP do Brasil ter contrato com a F1 até 2020, Bernie Ecclestone não garantiu a permanência da corrida no calendário para a próxima temporada, indicando que a decisão final será tomada durante reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor em Viena, no fim do mês
Ligado ao Brasil de várias formas, seja pelo casamento com a advogada Fabiana Flosi, seja pela fazenda de café que mantém em Amparo, interior de São Paulo, Bernie Ecclestone nunca escondeu seu apreço por terras tupiniquins. Mas negócios são negócios e, portanto, o britânico que, aos 86 anos, é o chefe supremo da F1, mantém sua dúvida sobre a permanência do Brasil no calendário do Mundial no ano que vem. Apesar de São Paulo ter contrato até 2020, como faz questão de frisar o promotor da etapa, Tamas Rohonyi, Bernie é claro: “Não apostaria meu dinheiro nisso”.
Além do Brasil, nem mesmo o GP da Alemanha está garantido no calendário do ano que vem. As duas etapas figuravam com um asterisco quando foi divulgado o cronograma provisório do Mundial de F1 para 2017. O GP do Canadá, evento também em dúvida, está garantido para a próxima temporada. Assim, das 21 etapas previstas para o próximo ano, o campeonato pode ser reduzido a 19 GPs.
Ao jornal ‘O Estado de S.Paulo’, Tamas confirmou que o evento enfrenta dificuldades financeiras. “Neste ano certamente não vamos conseguir fechar as contas”, revelou Tamas Rohonyi, em entrevista ao diário. “Deve dar um prejuízo de US$ 30 milhões”, comentou o dirigente, num valor que, convertido na moeda nacional, fica perto dos R$ 100 milhões. Sem revelar detalhes sobre as finanças do GP, ele atribui o pesado déficit às perdas dos patrocínios da Petrobrás e da Shell.
Antes de chegar a São Paulo, Bernie viajou até Brasília para se encontrar com o presidente Michel Temer. O britânico negou que tenha se reunido com o político para pedir recursos para manter o GP do Brasil no calendário, mas disse que queria conhecê-lo para saber do interesse estatal em seguir recebendo uma etapa do Mundial.
“Só queria conhecê-lo e ver o que ele pensava sobre as coisas no geral. Se pensava se a F1 era boa para o Brasil ou não. Provavelmente seja boa para São Paulo. Se tem sido boa para o restante do Brasil, quem sabe? Não tenho ideia do que ele pode fazer como presidente. Este país é muito político neste momento”, analisou Ecclestone, ciente da crise institucional enfrentada neste momento pelo país.
Bernie também citou o fator financeiro como determinante para manter o GP do Brasil no calendário, ainda que exista o contrato com a FOM (Formula One Management) por mais quatro anos. “Eles gastaram muito dinheiro para ter os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo, e isso aqui dói um pouco. O promotor tenta fazer a corrida e conseguir um benefício, ou não consegui-lo, mas não perder. De modo que, no fim das contas, quem perde somos nós porque eles não podem nos pagar”, lamentou.
Sobre a reforma realizada em Interlagos, que agora está mais atualizada e capaz de receber sem grandes problemas toda a estrutura da F1, Ecclestone reclamou. Não da reforma em si, mas do atraso em relação ao contrato celebrado em 2012. “Isso deveria ter sido feito há quatro anos. Em nosso contrato com eles, era que isso deveria ter estado pronto desde então”, salientou.
Longe de garantir a permanência do Brasil, e também da Alemanha, no calendário em 2017, Bernie disse que o suspense vai continuar até o fim do mês, quando será tomada uma decisão final sobre o tema durante reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor em Viena, na Áustria.
Fonte: Grande Prêmio
Caramba! Agora estou com medo! Se o GP do Brasil de 2017 não acontecer, não poderei ver aquele que poderá ser a última corrida de Kimi por aqui.
Estou com uma sensação nada positiva sobre a gente continuar no calendário depois de ler esta entrevista. #preocupada
Beijinhos, Ludy
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