OCTETO RACING TEAM: Coluna "O que elas pensam?" by Lu
Ufa! Eu estava mesmo certa quando o escolhi
Torcer por Nico não foi por acaso. Foi de caso pensando que em 2006 eu decidi que ia apoiar ele após ter assistido a final da Gp2. Minha lógica foi a mesma de um dono de equipe: preciso de um piloto novo e vou ver quem está melhor na base.
Depois de torcer anos e anos por Jacques Villeneuve, eu sabia que a carreira do canadense estava chegando ao fim na F1 e eu precisava achar um novo piloto para apoiar na categoria. No final, quem acabou validando minha escolha foi o próprio Jac quando deu uma entrevista falando muito bem do estreante Rosberg. Pensei "gente! Jac elogiando alguém é sinal de que é coisa boa. É esse então".
A escolha ficava mais contundente com o alemão estrear na minha equipe favorita ainda. Vamos para o campeonato e eu tensa, afinal, não poderia apoiar um cafajeste, boçal ou burro. O trabalho de pista sempre me agradou, mas não poderia curtir alguém que fora dela não prestasse também. Lia e relia cada entrevista que o alemãozinho dava, olhava bem o modo de trabalhar e como se portava nas situações. Foram anos assim!
Vi ele evoluir na Williams - sim, quando a equipe estava bem fraquinha, quando os narradores diziam que ela já era, antes da brasilidade fazer com que olhassem para ela, já estava cá no mundo azul marinho - e tratar todos bem, ser bem tratado e mais que isso, digno e honesto. Jamais reclama da equipe na imprensa e baia a cabeça e trabalha em grupo sem estrelismo, sem se gabar.
Nico cresceu muito na F1. Chegou na categoria com espinhas e carinha de trakinas, rendondinho e bochechudo. Hoje está um homem. E que homem, meus amigos! Depois de tantos anos, depois de ter aprendido muito na Williams e apostado na Mercedes, enfrentado Michael Schumacher e o derrotado com classe tanto sua aura de mito quanto o próprio piloto em final de carreira sem jamais o depreciar ou mesmo brigar o menino virou homem e digno.
Faltava ainda um teste: a disputa de um título. O stresse de uma disputa de título e o que ela faria com o menino eu queria muito ver. Queria ver que tipo de homem ele tinha se tornado. Tudo indicava que teria se tornado alguém de quem eu teria orgulho, mas disputar título faz a maioria pira e fazer coisas que até deus duvida.
Fiquei de olho esse ano inteiro. Nico não fez nada de que me envergonhe. Disputou lindo - se vocês disserem que ele acertou o pneu do Lewis por gosto e com precisão cirúrgica eu vou dizer que se foi isso mesmo parabéns pela técnica avançada. Merece parabéns! - e mais do saber vencer, ele soube perder com dignidade também. Tem coisas que valem mais que um título e se tornar um cara digno é uma delas.
Óbvio que vencer e ter o titulo teria sido muito mais legal, mas mostrar aquela classe toda, aquela fortaleza como piloto e como homem não tem preço. Nico é jovem - não tem nem 30 - e ainda tem muitos títulos para disputar e ganhar ainda. Mas com a certeza de que será como o que você viram neste ano, com dignidade.
Não me arrependo em nem um momento da minha "contratação" em 2006. Estou bem servida e renovando o contrato de Nico como meu piloto preferido na F1. Esse campeonato valeu muito por mostrar isso. Por isso já valia aquela festa e a ressaca que ela deve ter dado no dia seguinte depois de bebemorar tanto.
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