Japanese GP 2014 - Kimi Räikkönen Interview

Kimi tem um dom. Algo que obviamente ele não sabe, mas pelo menos com relação a mim e a minha torcida, ele tem um dom. #explicarei

Comecei a temporada de 2014 com muita raiva por ele ter ido para ferrari. Estava triste, desanimada, de certa forma, magoada. Dedico minha torcida por ele há 9 anos. Ela começou de forma tão despretensiosa, tão causal, tão diferente, tão simples, que eu jamais imaginei que chegaria aqui, tão longe, tão forte e de forma tão duradoura.

E então ele retorna à ferrari. A equipe que eu mais odeio na F1, a equipe que mais mal lhe fez, embora tenha sido nela que ele tenha se sagrado campeão mundial. E aí a minha mágoa. Toda aquela tristeza que como torcedora eu vivi em 2008/2009, todo o processo de adaptação da carreira dele no WRC, as inseguranças do retorno à F1, tudo isto culminou com o retorno dele à ferrari. Eu me senti magoada porque dediquei a ele anos da minha torcida (porque eu quis, claro) e no final, todo o sofrimento tinha sido em vão, inútil, ele estava de volta a Maranello. Para ele, realmente não importava.

E aí muitos podem dizer: "A vida é dele. Ele não te deve nada. Nem direito de ficar magoada você tem.". Realmente, talvez eu não tenha. A escolha foi dele e como eu disse, embora entenda, jamais aceitarei. Mas assim como ele teve o direito de escolher voltar, eu, como sua fã, também posso decidir não aceitar. 

Só que mesmo não aceitando, mesmo tendo ficado magoada, mesmo que até o meio desta temporada eu estivesse desanimada com tudo o que via na pista, jamais consegui simplesmente esquecer como é torcer por Kimi, ou defendê-lo em uma discussão sobre F1 (é instintivo). 

E então veio a Inglaterra, estar em Silverstone, tão perto de tudo, vê-lo novamente em um carro de corrida ao vivo e pronto. Tive uma epifania. 

Talvez o acidente dele no começo da prova tenha me dado esta sensação, talvez o fato de estar realizando mais um sonho da minha vida (estar em um GP na Inglaterra), talvez estar junto de torcedores finlandeses e não me sentir como um solitária brasileira que torce por um piloto estrangeiro que as pessoas (em sua maioria) só lembram quando mais ninguém está na jogada. Talvez...

A única certeza que tenho é que naquele dia algo mudou. Como sempre acontece quando estou meio chateada com ele. Há sempre algo que acontece, há sempre uma forma de tudo voltar ao normal. 

Por isto posto o vídeo acima, porque neste fim de semana foi a mesma coisa. O dom ao qual me referi que o Iceman tem está nesta entrevista. O dom de ser sincero e ainda me surpreender depois de todos estes anos, de falar coisas que nenhum outro piloto neste grid falaria, como quando ele se refere ao fato de Alonso não estar tendo problemas em batê-lo nesta temporada, com estas exatas palavras. Ou sobre o motivo que ainda o faz continuar na F1, mesmo com as dificuldades.

Não há neste grid ninguém como Kimi. Ele pode ser esquecido em diversos momentos na F1, em alguns nem reconhecido (e não o é em muitas situações), mas se há algo que nenhum outro iguala Räikkönen é no seu jeito de ser, na sua personalidade e junto com o talento nato que ele tem (embora as pessoas sempre voltem a dizer que não) são as razões por ele ter tantos fãs, já aproveitando para responder à pergunta feita pelo jornalista.

Este é, portanto, o dom dele comigo e minha torcida por ele. Toda vez que eu me sinto cansada, desanimada, chateada, frustrada, ele faz algo. Nas pistas ou fora delas. Hoje foi fora, com esta entrevista, sua sinceridade, simplicidade e sim, sua humildade. E tudo fica normal novamente.

Aproveito para dizer algo para o querido leitor e amigo Eric Oliveira, que provavelmente entenderá melhor do que ninguém este texto já que temos conversado bastante sobre o que tem rolado este ano com Kimi e ontem, inclusive, estávamos em um deste papos via Facebook. No fundo Eric, assim sou eu, não desisto fácil do finlandês, mesmo que às vezes eu pareça simplesmente não me importar. Acho que Kimi andou hackendo nossas conversas e resolveu que eu precisava dar umas risadas por causa dele novamente. #eleconseguiu ;)

Ah, preciso comentar outra coisa, a empolgação do jornalista sobre a resposta do Iceman sobre se ele gostou da entrevista! rsrsrsrs #adorei E as partes do signature dish, da tattoo e do best mate da F1.... rsrsrs...

Beijinhos, Ludy