Octeto Entrevista: Raphael Carvalho

Chegamos ao final do mês. Com isto, temos o Octeto Entrevista.

E o convidado desta vez é um parceiro de longa data, o leitor/blogueiro Raphael Carvalho, do blog PH Miniaturas.

Leiam o papo bacana dele comigo. Vocês vão curtir!

Raphael e seu tesouro, o pequeno Gabriel
1. Vamos começar com o básico. Fale-nos um pouco sobre você, o que faz, de onde é? 
Oi, meu nome é Raphael, nasci em 1987 e sou do Recife/PE. Trabalho na Transpetro, esquentando uma cadeira num escritório. Sou também pai, marido, músico e escritor. Já contei que pinto camisetas? E curto de andar de bicicleta. Ah é, gosto de brincar com a minha voz, fazendo dublagens e narrações, só de zueira. E tem também os carrinhos... depois vamos a eles. 

2. Quando você começou a acompanhar automobilismo e por quê? 
Acho que desde sempre. Minha mãe gritava pelo Senna comigo em seus braços (com 1 ano). Sempre assistia às corridas com ela. Nunca esqueço o estado de nervos que ela ficou quando Senna bateu, nem a indignação com que berrava para a TV quando a Sauber mandou o Massa ceder a posição ao Heidfeld em Mônaco 2002 (P**A QUE PARIU, VOCÊS TÃO APRENDENDO COM A FERRARI, P***A?!). Hoje, leio as notícias relacionadas quando não dá tempo de ver uma corrida. Quando dá, tento fazer meu filho Gabriel assistir comigo. 

3. Qual o seu piloto e/ou equipe favoritos na F1? 
De uns anos pra cá tem sido a Red Bull, porque consumo bastante o energético e vejo como eles são uma empresa descolada que patrocina um monte de esportes. Quanto aos pilotos, não tenho um único mas um grupo, igual a vocês. Gosto de caras como o Kobayashi e o Ricciardo, Raikkonen, porque são descolados, únicos, não são aqueles pilotos bitolados, afrescalhados e com discurso pasteurizado moldado pela assessoria de imprensa. 

4. A participação feminina nas pistas ainda é tímida, mas fora delas já é grande. Temos jornalistas especializadas, engenheiras, blogueiras e torcedoras. O que você acha desta visão feminina sobre o esporte? 
Todo esse movimento é mais que bem vindo. As mulheres são e sempre serão mais detalhistas do que os homens. Tenho muito apreço pelos textos da Ju Cerasoli, por exemplo, e naturalmente pelo Octeto. Vocês todas enxergam nuances que os homens muitas vezes deixam passar porque têm a visão macro. Só não tenho muita simpatia pela Mariana Becker, por exemplo, mas pondero que o padrão RGTV de jornalismo é que a faz parecer limitada. Num blog ou vlog ela poderia mostrar do que realmente é capaz. 

5. Como você vê a situação do cenário nacional em termos de pilotos? Independente de categoria, o Brasil tem futuro no automobilismo mundial? 
O Brasil já foi um celeiro de talentos, e até certo ponto continua sendo. Sinceramente torço pelo futuro, mas acho que dois fatores principais atrapalham: um é a venda de assentos a pilotos endinheirados, que não necessariamente têm o que é preciso para fazer valer o investimento. O outro é o total abandono da CBA (e do poder público em geral) às categorias de base e aos autódromos em geral. O cara pra pensar em conquistar alguma coisa tem de sair do país e isso custa uma dinheirama. A Petrobras ainda tem a seletiva de Kart, o patrocínio do Brasileiro de Marcas e da F-Truck, mas no final das contas ela é apenas uma empresa sozinha, uma coadjuvante tentando ser protagonista. É demais para os ombros dela. 

6. Se você pudesse escolher dois ou três nomes de pilotos que não foram campeões do mundo de F-1, mas que mereceriam ter sido, quais seriam? 
Um sem dúvida seria o Barrichello, pela sua persistência infinita. Também queria que o Trulli tivesse levantado a taça, foi um piloto muito simpático e dedicado. E por fim o descolado Kobayashi, só por aquela entrevista (“sou japonês, tenho os olhos apertados, não enxergo os caras, por isso vou passando e pronto”, ou algo assim). 

7. Qual análise você pode fazer da temporada 2014, agora que estamos nos encaminhando para a decisão do título? 
Destaque para os dois pontinhos da Marussia, que ninguém esperava. Sou mais um a lembrar com saudade do barulho de gato dos motores mais potentes, e um dos poucos a ter saudades dos carros com “orelhas” dos anos 2000. Mas, aprendi a gostar desse rugido grave e ameaçador. De resto, sinceramente acho mais do mesmo: uma única equipe dominando e as outras chiando; Ferrari afundando na lama e ficando pra trás mesmo com dois campeões mundiais a bordo; Massa correndo mais do que o carro e precisando urgentemente de um banho de sal grosso pra espantar a má sorte; circuitos monótonos em lugares remotos. Confesso que está sendo difícil manter o interesse. 

8. No Brasil ao falarmos de automobilismo, especialmente de F1, há muito preconceito quando o torcedor revela sua admiração por um piloto estrangeiro e não um nacional. Como você vê esta situação? 
Confesso que já caí nessa esparrela. Mas aprendi a apreciar os talentos além-fronteiras com o mesmo gosto que torço pelos meus compatriotas. Brasileiro em geral é assim, não só na F1 mas em vários esportes, brasileiro não gosta de tênis hoje porque o Guga não está mais no auge; não curte mais natação porque o Gustavo Borges e o Scherer passaram e depois o Thiago Camilo também passou. Até a modinha do UFC passou depois do Spider sofrer aquela fratura horrenda. Seja uma Red Bull Air Race ou um torneio de bolinha de gude, brasileiro gosta mesmo é de ver um compatriota vencer. E quando não vence, tendem a abandonar aquele esporte. Essa é a crise que a RGTV enfrenta hoje, tentando por tudo enaltecer o Massa pra dar audiência e depois jogando a toalha ao passar só o Q3, vendo que seu esforço anterior foi inútil. Isso tudo é muito chato e espero que essa postura mude – não só dos fãs, mas das pessoas diretamente responsáveis pelo esporte, incentivos, patrocínios, formação de pilotos, manutenção de autódromos e tudo o mais que envolve este esporte fascinante.

9. Além da categoria máxima do automobilismo, você acompanha alguma outra? 
Acompanhar não é bem o termo, mas tenho interesse pela GP2, F-3 e, mais recentemente, Fórmula E. Sim, eu curti o barulhinho de carrinho de brinquedo. 

10. Conte-nos um pouco sobre como e por qual motivo você começou a produzir carrinhos de F1 artesanais? 
Lembro que já tivemos um artigo aqui sobre isso! Eu sempre gostei de carrinhos. E fiquei admirado por uma Williams FW16 que minha mãe uma vez ganhou de presente. Aprendi que aquela brincadeira custa um pouco caro. Então um belo dia tive a ideia de fazer os meus próprios. Um amigo do trabalho me apresentou o jogo F1 Challenge e os carros customizados que ele fez mudando as texturas dos carros. Aí eu fui atrás de imprimir esses arquivos pra estampar os meus sólidos de isopor, só pra postar na internet e ver o que as pessoas iam achar, só por diversão. Aí a minha esposa deu a ideia de melhorar o aspecto pra poder vender, e o resto vocês já sabem. 

11. Agora um momento para elogiar as mulheres que frequentam os paddocks da F1: monte o seu top five das F1 Ladies mais sexy. 
Vou citar as duas primeiras indicações e deixar que disputem até a morte o ranking, com o perdão dos respectivos maridos e da minha esposa. 
– Babi Franzin 
– Lu (é, você aí mesmo) 
Agora, a lista rankeada..
3 – Nicole Scherzinger, ou sei lá quantas consoantes tem nesse nome 
4 – Susie Wolff 
5 – Michibata 

12. Como você conheceu o Octeto Racing Team? 
Estava num dos links relacionados do Pezzolo TV, que eu passei a acompanhar quando montei o meu modesto PH Miniaturas e buscava parceiros e colegas fãs de automobilismo. O nome octeto me remeteu imediatamente a octano (gasolina) e eu vim ver do que se tratava. E aí já faz 6 anos que eu entrei e não saí mais. 

13. Somos personalidades diferentes aqui no Octeto. Juntas, personalizamos o blog. Como você enxerga cada uma das “diretoras da equipe” mais louca do mundo do automobilismo? 
Acho a Tati uma fofa! Sempre encerra o texto com bjinhos e eu fico imaginando o bico. Pra mim ela é a cara do blog, o amálgama, o Ego. 
Ludy tem um quê de Ice mesmo, com suas opiniões perfurantes e divertidas ao mesmo tempo. Fico imaginando a cara de raiva quando ela escreve das agruras da Ferrari. Acho que ela é o ID do blog. 
E Lu eu vejo mais contida, sem muito fervor ao torcer pelos seus octetes. E sempre com comentários muito bem colocados, direto no cerne da questão. Quase um Superego. 
Vocês três formam uma mistura inflamável e perfeita para adoçar o meu feed. 

14. Se você fosse chefe de uma equipe de Fórmula 1 e pudesse contratar dois pilotos que fazem parte do Octeto Racing Team, qual seria a sua dupla e por quê? 
Primeiro eu ia chamar o Button e o Raikkonen, pela experiência e pelas taças; e o Trulli como piloto de testes, para prepará-lo para que tenha sua chance de enfim levantar uma taça. Dependendo do desempenho, o Trulli poderia tomar o lugar do Button e o Montoya seria o próximo piloto de testes, pelo mesmo motivo. 

15. O que você acha que o blog do Octeto trouxe de diferente para a sua maneira de ver a F-1? 
Obviamente a visão feminina que muitos desprezam... e também o fato de torcer para um piloto estrangeiro sem culpa. Não se trata de escolher por uma bandeira, mas sim pelo que aquele piloto representa pra gente, o quanto a gente se identifica com ele, com o estilo dele. 

Muito obrigado por terem me dado esta oportunidade de falar aqui no blog. Estou enviando uma foto minha com o Gabriel, e as camisetas eu mesmo pintei. É de 2013, mas pra tirar uma hoje nós dois sairíamos com cara de sono total. 

B-jinhos, adoro vocês. Continuem com o bom trabalho, milhares de leitores ávidos como eu estão sempre à espera. E um dia nos encontraremos pessoalmente. 

********

Raphael, primeiramente, muito obrigada pela parceria de anos (o carrinho de Jacques está comigo aqui, guardado com muito carinho), pela audiência, pelos elogios e por ter aceitado participar desta entrevista. Você nem imagina meu estado quando fico com raiva da Ferrari! rsrsrsrsrsrs... 

Mais uma vez agradeço o carinho! É muito especial a gente ler algo assim depois de tanto tempo e perceber que ainda vale a pena continuar. Obrigada!!!!

Até mês que vem galerinha!!!!

Beijinhos, Ludy

Comentários

hehehehe ADoreiiii!!!!!

Obrigadaaaa! Graciasss!

Nós que agradecemos pelo carinho e cia por tantos anossss!!!!!

E bjusssss, Tati!!! ;)
Raohael foi o primeiro que lembro nessas entrevistas que não disse que eu era a "palhacinha" (no bom sentido, claro) do blog.

Legal! hahahaha

bjs, Lu

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