Indicação do Octeto: "Se este é o Kimi desmotivado...por Julianne Cerasoli"

"Se este é o Kimi desmotivado..."
por Julianne Cerasoli 

Na visão de uns, Kimi Raikkonen deu de ombros para a Fórmula 1, e de outros saiu pela porta dos fundos em 2009, dispensado pela Ferrari sob a alegação que havia perdido o interesse após o título de dois anos antes, mas recebendo seu salário para curtir a vida como bem quis. Dois anos depois, voltou cercado de desconfiança com uma instável Lotus e elevou o nível do time, que hoje luta por um há pouco tempo impensável vice-campeonato. Mas parece que o finlandês vai precisar de mais para se livrar de toda a desconfiança gerada nos tempos de Maranello.

Tudo começou com a inesperada volta de Kimi à Ferrari, confirmada em setembro. O campeão de 2007 não escondia a insatisfação com a dificuldade que a Lotus tinha em conseguir dinheiro – tanto para pagá-lo, quanto para dar garantias de desenvolvimento ao carro. E o retorno à equipe que o escorraçou quatro anos atrás parece ter dado a medida desse descontentamento.

Nesse meio tempo, uma mudança na configuração dos pneus não vinha agradando ao finlandês, que passou a perder sistematicamente para o rápido companheiro Romain Grosjean em classificação – o placar, que era de 7 a 1 antes da alteração da Pirelli, seis GPs depois está em 10 a 6.

A alegada falta de motivação dos tempos de Ferrari voltou, logo se adiantaram a dizer. Mas há uma explicação técnica. Com pneus dianteiros menos estáveis, Kimi perdeu a confiança nas entradas de curva. Para corrigir isso, a equipe mudou o acerto e acabou deixando a traseira solta demais. Entretanto, mesmo sem estar 100% contente com o carro, nos mesmos oito GPs, Raikkonen só recebeu a bandeirada depois de Grosjean em duas oportunidades e protagonizou manobras incríveis, especialmente em Cingapura e na Coreia, no mínimo colocando em dúvida a teoria sobre sua falta de interesse.

Depois veio a desobediência na Índia, quando o piloto não aliviou para o companheiro enquanto se arrastava com pneus mais usados e foi xingado via rádio pelo engenheiro Alan Permane – aliás, assim como no episódio do “I know what I’m doing”, curiosamente não era o velho conhecido de Kimi, Mark Slade, que fez a comunicação – e respondeu no mesmo nível. Quatro dias depois, Kimi sequer aparece para as entrevistas de quinta-feira em Abu Dhabi e o cenário de caos está instalado pela imprensa. Jogando um pouco de perspectiva, há pouco menos de um ano, uma balada dos EUA o tirou das coletivas no GP do Brasil, episódio tratado por naturalidade em uma época em que ninguém falava em tensões internas ou desmotivação por parte do finlandês.

É verdade que fins de relacionamento costumam deixar duas marcas. Mas usar o jeitão de Kimi para questionar sua pilotagem já se mostrou um erro no passado.


Que bom que alguém escreveu algo bacana sobre toda esta história. Obrigada por pelo menos ter ido contra a maré Ju! ;)

Como sempre, esta é a única forma que as pessoas conhecem, julgar Kimi. Que julguem! Esta gente não sabe o que faz, Kimi sim! ;)

Beijinhos, Ludy

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