Octeto Entrevista: Rodrigo Vilela

Boa tarde gente! Como hoje é a última quarta-feira do mês, temos Octeto Entrevista e o convidado da vez é o nosso parceiro de blogosfera e amigo Rodrigo Vilela do Blog do Roli, que tem lugar cativo nos nossos "Pit Stops obrigatórios". #confiram

Curtam o papo que bati com Rodrigo. Está muito legal!

Geraldo Quiala (de Angola), Nicolinn Nilsson, do expressen.se, (Suécia) e Rodrigo.

1. Vamos começar com o básico. Fale-nos um pouco sobre você, o que faz, de onde é? 
Bom, vamos lá: sou Rodrigo Vilela, natural e residente em Santos e desde os quatro anos de idade decidido a ser narrador esportivo. Radialista profissional, fiquei sete anos (2004 a 2011) escrevendo sobre automobilismo no site Trupe da Terra. Também fui apresentador, comentarista e editor-finalizador do podcast Mesa de Boteco. Em 2011, iniciei na Web Rádio Show de Bola, onde estou até hoje. Além da rádio, faço parte da equipe dos sites a.k.a. Ikki!! E Leitura Esportiva, sou apresentador e coordenador do Bandeirada, programa da web rádio sobre esporte a motor e também integro a equipe de comentaristas do programa Na Pista, da Web Rádio Digital Brasil. Já cobri ‘in loco’ vários eventos e competições esportivas, como os Jogos Abertos do Interior, Copa América de Beach Soccer e o Mundial de Handebol de 2011, que aconteceu no Brasil – é a foto que ilustra essa entrevista. Foi marcante! 

2. Quando você começou a acompanhar automobilismo e por quê? 
Desde os meus quatro anos de idade eu já acompanhava corridas, junto com meu pai, que era vidrado. Foi nessa época também que eu decidi ser narrador esportivo. Mais especificamente depois de uma corrida épica na Espanha, em 1987, cuja narração do Galvão Bueno me deixou maravilhado. Felizmente eu tenho o vídeo da corrida. Sensacional! 

3. Qual o seu piloto e/ou equipe favoritos na F1? 
Sempre torço para os pilotos brasileiros, sem desmerecer nenhum outro muito menos inventar opiniões a respeito dos estrangeiros. Mas minha equipe de coração é a McLaren por, na minha opinião, ser uma das únicas, senão a única, que libera seus pilotos para brigar, não deixa eles aparecerem mais que a equipe e não esconde isso de ninguém. E se tiver que fazer jogo de equipe, ela fará sem esconder nem disfarçar nada. 

4. A participação feminina nas pistas ainda é tímida, mas fora delas já é grande. Temos jornalistas especializadas, engenheiras, blogueiras e torcedoras. O que você acha desta visão feminina sobre o esporte? 
Acho muito válido, até mesmo para quebrar esse paradigma de que “esporte a motor é coisa de homem”. É a mesma coisa de quando o vôlei e a ginástica “eram coisas de menininha”. E o tempo mostrou que não somente. E convenhamos, tem muita mulher por aí que entende do riscado. 

5. Como você vê a situação do cenário nacional em termos de pilotos? Independente de categoria, o Brasil tem futuro no automobilismo mundial? 
Infelizmente não tem e não terá enquanto a CBA não tratar o automobilismo da maneira que merece, a não ser por algum aventureiro que vá para fora na cara dura, mais ou menos como fez o Eric Granado, que hoje está na Moto3. Deixemos claros: podemos criticar Governo, empresas, equipes, TVs, pilotos... mas quem deixa a baderna visível é a CBA. Fora atitudes tomadas por interesse de fulano ou sicrano, preterindo o esporte como um todo. Não preciso ir muito longe: Jacarepaguá é um exemplo claro de que, se a CBA fosse, digamos, teimosa, o autódromo jamais fosse demolido! 

6. Se você pudesse escolher dois ou três nomes de pilotos que não foram campeões do mundo de F-1, mas que mereceriam ter sido, quais seriam? 
Essa é fácil. E vai causar polêmica. Em primeiro lugar, Gilles Villeneuve. Arrojado, sem medo de cara feia e que foi traído pela Ferrari em 1982, a ponto do próprio Enzo soltar os cães em todo o staff. Depois, Rubens Barrichello. Sim! Como bem definiu Edgard Mello Filho, “um piloto só chega a número 1 se souber ser número 2”. Lamentavelmente, quando teve a chance real, em 2006, a Honda iniciou seu declínio. Poderíamos argumentar que ele teve a maior chance da vida em 1997, quando recebeu convite da McLaren e preferiu a Stewart. Mas ele merecia, ao menos, um título. E, por fim... não dá para desempatar. Por tudo que fizeram na categoria, Stirling Moss, Jose Froilan Gonzalez e Ronnie Peterson levam juntos a medalha de bronze! 

7. Qual o piloto que mais te surpreendeu positivamente nesta temporada? E qual te deixou decepcionado? 
Bom, posso responder de outras categorias? Na Fórmula 1 é impossível; há anos a categoria não nos brinda com surpresas. Poderia citar o Lewis Hamilton (positivo) e o Jenson Button (negativo), mas é muito óbvio; talvez o Sergio Perez seja outro que decepcionou, mas a McLaren é que está uma inhaca. Então vou para outras: a maior surpresa, sem dúvidas, é Tony Kanaan, que luta com um carro apenas razoável entre os ponteiros com frequência e que venceu a Indy 500 na raça e no talento. A decepção vai para Daniel Pedrosa, na MotoGP. Todos esperavam que, após a saída de Casey Stoner da categoria e com uma moto muito melhor que a Yamaha de Jorge Lorenzo, todos imaginavam que, enfim, ele seria campeão. Não é o que estamos vendo e ele corre o risco de, em breve, ser defenestrado para alguma satélite, CRT, Superbikes ou para casa! 

8. No Brasil ao falarmos de automobilismo, especialmente de F1, há muito preconceito quando o torcedor revela sua admiração por um piloto estrangeiro e não um nacional. Como você vê esta situação? 
Não me causa espanto. Sabemos como é a mídia brasileira: a todo custo tentaram, especialmente nos anos 70 e 80, enfiar na mente do povo que o Brasil é o melhor em tudo. Não é bem assim. Felizmente, essa situação está mudando, graças aos canais especializados na TV por assinatura e à Internet. Quem gosta de esporte a motor e se informa nas mídias e sites de outros países têm a mente muito mais aberta. Porém, também condeno aqueles que batem na tecla do “o que vem de fora é que presta”. Comparo isso a uma disputa ESPN Brasil x SporTV: uma endeusa todos os campeonatos de futebol na Europa, diz que os jogadores e técnicos de lá é que entendem do assunto e descem o malho em tudo daqui. Em contrapartida, a outra superestima o futebol brasileiro, minimiza os problemas e atribui apenas ao dinheiro o fato da Europa ter grandes clubes. É exagero de ambas as partes. Quem encontra o meio-termo vê o esporte de uma maneira muito melhor. 

9. Além da categoria máxima do automobilismo, você acompanha alguma outra? 
Sim. Por ser o coordenador de esportes a motor na Web Rádio Show de Bola, aprendi a gostar de muitas outras categorias. Fórmula Indy e Motovelocidade (tanto a Superbike quanto a MotoGP) acompanho há muitos anos, mas tomei gosto por Rali, Turismo e Endurance. E aí, a lista é grande: WRC, WTCC, BTCC, Le Mans Series, WEC, Grand-Am, Nascar, Top Race, Fórmula Truck... 

10. Agora um momento para elogiar as mulheres que frequentam os paddocks da F1: monte o seu top five das F1 Ladies mais sexy. 
Essa foi difícil, porque meu conceito de mulher bonita passa BEM LONGE desse estereótipo de esqueletos que o mundo determina ser o “belo” – quem gosta de osso é cachorro e cemitério; eu gosto de ter onde pegar e apertar. Mas vamos à lista; vou puxar também na história: a Corinne, a Simone Abdelnur... Emilia Pikkarainen, a namorada do Bottas (alguma coisa de bom ele tinha que ter, né?), a Susie Stoddart (é Wolff depois de casada, mas não adianta, vou conhece-la sempre como Stoddart) e, claro, Erja Honkanen, a ex de Mika Hakkinen: elegância em pessoa. 


11. Como você conheceu o Octeto Racing Team? 
Através da Ludmila Coimbra, uma de suas fundadoras. É engraçado eu ter conhecido primeiro a integrante, nesses Orkuts da vida, através de grupos e comunidades de Fórmula 1. 

12. Somos personalidades diferentes aqui no Octeto. Juntas, personalizamos o blog. Como você enxerga cada uma das “diretoras da equipe” mais louca do mundo do automobilismo? 
Infelizmente, não as conheço pessoalmente, por isso só posso responder em conjunto: as “diretoras” são competentíssimas, talentosas e... fanáticas pelos seus escolhidos! Hehehehehe... 

13. Se você fosse chefe de uma equipe de Fórmula 1 e pudesse contratar dois pilotos que fazem parte do Octeto Racing Team, qual seria a sua dupla e por quê? 
Resposta óbvia: Kimi Raikkonen e Fernando Alonso. Praticamente uma releitura de James Hunt e Ayrton Senna. Guardadas as proporções, eu teria dois pilotos rápidos. Porém, um é obcecado em ganhar título e não mede esforços nem atitudes para tal. O outro pisa fundo, mas tem carisma e só quer saber de farra! 

14. Nestes quase seis anos de ORT, qual foi o momento que mais te marcou? 
Com certeza a participação das, na época, quatro integrantes em meu antigo podcast de automobilismo. Ouço o programa até os dias que correm. 

15. O que você acha que o blog do Octeto trouxe de diferente para a sua maneira de ver a F-1? 
O interesse em saber como as mulheres enxergam o mundo do automobilismo sem apelar totalmente para o outrora conhecido “fulano é lindo, sicrano é gostoso”. No Octeto a gente lê opinião de verdade. Claro que eu discordo de várias coisas, mas discordar é o de menos. O Octeto virou leitura obrigatória para mim! 

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Rodrigo, gostei muito da sua entrevista! Mais uma vez obrigada pela participação e pela parceria de tantos anos! :) 

É isto galerinha, mês que vem teremos mais um convidado para vocês.

Beijinhos, Ludy

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