Coluna Velocidade e Batom: "Como música" by Ludy



“Como música” by Ludy Coimbra 

Todo mundo escreveu textos sobre a vitória de Kimi Räikkönen no GP da Austrália menos eu. Não porque não quisesse, mas simplesmente porque não tinha tido o tempo necessário para colocar no papel a emoção de domingo, na abertura do Mundial 2013 da F1. 

De verdade, a conquista do Iceman na etapa inicial do campeonato me deixou muito feliz. Eu de fato estava esperançosa por uma ou mais vitórias nesta temporada, só que jamais na vida, imaginei que seria logo a primeira. 

Desde 2007, também na Austrália, que o finlandês não vencia uma etapa de abertura da F1 e a sensação de ser o primeiro piloto a ouvir seu hino, de receber a primeira champagne como o vencedor e de levantar o primeiro troféu de número 1 do ano é simplesmente inesquecível. 

A prova do Iceman em Melbourne foi tão perfeita do começo ao fim que quando eu estava à frente da TV assistindo aos festejos do pódio, ouvindo dois hinos que eu tanto amo (Finlândia e Inglaterra) consegui ficar ainda mais feliz com esta conquista do que com a de Abu Dhabi. 

Esta vitória foi um tapa na cara de quem, depois de 2012, ainda não considerava Kimi forte o suficiente para disputar o Mundial de 2013. Mesmo sem o melhor carro ou sem estar em uma equipe grande, Räikkönen é campeão mundial de F1, algo que o qualifica automaticamente para disputar títulos. Exatamente o que acontece com os outros quatro campeões em atividade. 

Infelizmente, não sei o que acontecerá no restante da temporada, mas querem saber? Também não quero me preocupar. A tática de viver um GP de cada vez deu certo para mim no ano passado e vou persistir na mesma estratégia este ano. 

Obviamente as coisas não tão simples e é preciso muito mais do que só talento para vencer na F1 atual. Infelizmente. Mas a Lotus e Kimi se entenderam de tal forma que não tenho medo de dizer que se tudo der certo, este ano eles darão trabalho aos grandes. 

Para encerrar, tenho algumas palavrinhas sobre Kimi. Venho acompanhando a carreira deste mocinho como fã desde 2005. Vivi momentos maravilhosos e difíceis. Realizei sonhos. Aprendi a amar um nova categoria. Soube esperar a hora da segunda chance. Recebi minhas recompensas. Mas se tem uma coisa que realmente me marcou em todo este tempo foi a evolução deste finlandês como piloto. O que tenho visto o Iceman pilotar desde o seu retorno à F1 é um absurdo. 

Kimi amadureceu demais como piloto nos dois anos em que esteve fora da F1. Ele já era incrível antes de sair da categoria, mas o período distante, as provações e os obstáculos do WRC o tornaram muito mais completo como piloto. Ele aprendeu a conviver com situações adversas jamais vividas na F1. A sua maior qualidade, a de nunca desistir, fortaleceu-se no WRC e o trouxe forte, ainda mais lutador e consciente de sua capacidade para a F1, e tudo isto de um jeito que me impressiona cada vez que ele assume o volante de sua Lotus. 

A perfeição do talento de Räikkönen vem sendo lapidada perante nossos olhos. Para mim, vê-lo pilotar de forma tal magistral como tem feito desde seu retorno, é como ouvir uma música instrumental. Não é preciso palavras para entender o que acontece, você só precisa fechar seus olhos e sentir. E a emoção de uma canção instrumental é simplesmente única. Como a música abaixo e como Kimi.


Beijinhos, Ludy

Comentários

Manu disse…
Divino texto. Divina música! *_*
Amei!

=*

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