As máscaras caem: Segunda Edição *


“(...) há alguns anos eu venho dizendo isso e, não que eu tenha discutido o tema com tanta gente assim, mas encontrar pelo menos um jornalista com mais de vinte anos de F1 que pensa o mesmo que eu me fez diminuir a sensação de que nado (ou “viajo”) contra a maré a cada vez que afirmo que a Red Bull não é “a boazinha”, não é “a descolada”, mas passa essa imagem de santidade porque sabe fazer as coisas com muito mais inteligência e discrição do que uma Ferrari desajeitada, por exemplo. (...)” -  "Tirando a Red Bull do pedestal" de Vanessa Ruiz
Sim, poderia ter sido eu quem escreveu estas linhas, mas não foi. A autora é a jornalista Vanessa Ruiz. Vi ontem em seu blog. Confesso que até hoje não havia visto nenhum jornalista que cobre F1 fazer parte dos “contra maré”, grupo do qual faço parte. Muito pelo contrário, à Red Bull sempre foram destinados os melhores elogios...os mais bonitos e puristas! 

Há 3 anos eu tenho ouvido de todos os lados o quão feio é o papel da Ferrari. De fato, fazer jogo de equipe não é das melhores coisas, e disso, sinceramente não tenho muita moral para criticar afinal meu piloto já foi beneficiado algumas vezes. Mas, ao mesmo tempo, posso falar algo que todo mundo sabe: ali na F1 todas as equipes fazem a mesma coisa, com a diferença que só a Ferrari escancara! Burra ou sincera?! Cada a você escolher... melhor saber como funcionam as coisas ou ser enganado e ser feito de trouxa?!?!? Prefiro a 1ª. opção... 

Hoje ao pensar neste post me lembrei de um texto escrito por Fábio Seixas (ele comprara os duos Ferrari-Schumi e Vettel-RBR) publicado logo depois do GP do Brasil do ano passado. Eu não tenho uma memória lá das melhores, mas para certas coisas meu cérebro é implacável... ele guarda tudo. E vou dividir com vocês um trecho do texto que me chamou a atenção, e que eu sabia que um dia usaria para fazer este post que escrevo hoje... só não pensei que seria usado tão rápido, mas vamos lá... 
 “(...) O segundo tem a ver com o primeiro, mas passa pelas equipes. Foi sintetizado por Vettel na festa do domingo: “Quando criança, aprendi a agir honestamente”. 

A Ferrari pode até não ser desonesta, mas a maneira como leva o regulamento ao limite não soa muito simpático. Só para citar o caso mais recente, a retirada do lacre do câmbio de Massa em Austin não foi ilegal, mas foi imoral. 

A questão é que os fãs cada vez mais se veem como os consumidores que são. E não curtem ser enganados. A octogenária Ferrari ainda não percebeu isso, age como se estivesse na F-1 dos anos 70. Já a Red Bull deita e rola. Até por ser, hoje, mais um conceito do que um energético. Uma mudança de mentalidade que pode ser ótima para a F-1.” - "F1: novo modo de usar" - Fábio Seixas 
UAU! Que mudança de mentalidade hein!?!? Ou melhor, que mentalidade?! Quem são os enganados, quais são os que enganam?!? Que confusão! 

Está todo mundo falando a insubordinação de Sebastian Vettel (nisso eu não vou opinar: se ele errou ou não, problema dele, da RBR e do Webber. No texto me refiro a equipe, não ao piloto), mas estão se esquecendo de que a causa disso tudo foi justamente o “jogo de equipe” que "grande e honesta" a Red Bull INSISTIA em dizer que NUNCA FARIA. Jogo de equipe que só a Ferrari faz na F1 (coisa feia!), aliás!

Que seja para economizar pneu, motor ou para continuar com chances de SER CAMPEÃO, como foi o caso do Alonso em 2010, é jogo de equipe. É TUDO IGUAL! Não importa o motivo.... é jogo de equipe! Ponto final. 

Vettel foi condenado e criticado pela a equipe que justamente VENDIA para o MUNDO E PARA OS TORCEDORES que “deixava os seus pilotos correrem”. Oras... Vettel fez apenas o que a Red Bull sempre APOIOU!!! Ou não!?! Eu estou confusa... você também está?!? 

Por que criar aquela situação?! Pontos são pontos. De um ou de outro... são pontos! "Deixem os meninos brincarem... oras!" Não era isso que eles diziam?!? Ou não!?! Confusa, de novo!!!

Pensei que lá nunca houvesse estas coisas de “não pode passar”. Não estou defendendo a atitude de Vettel, eu estou apenas expondo a esquizofrenia que vive esta equipe... Uma esquizofrenia causada pela grande FARSA que eles sempre venderam a estes ingênuos espectadores que realmente acreditaram em uma coisa que não existe na F1: hosnestidade. 

Há quase 3 anos, no campeonato de 2010, foi uma enxurrada de críticas. A Ferrari (e Alonso) como a canalha da história, a Red Bull a salvadora que lutava contra o mal ferrarista e que fazia tudo em prol do esporte. 

“Pena” que tudo isso sempre tenha sido uma mentira. Uma mentira muito bem contada que durou até hoje! Problema é que, quando eu dizia isso nos últimos 3 anos, como torcedora do adversário direto eu era taxada de recalcada e invejosa. Mas tudo bem, porque a gente sabe que não adianta fingir por muito tempo, uma hora ou outra, as máscaras caem. A da Red Bull caiu domingo. 

Quando a Red Bull quis ser grande, ela entrou no jogo em todos os sentidos. E para se participar desta brincadeira chamada da F1, é preciso sujar as mãos e dançar conforme a música. Não há como fazer omelete sem quebrar os ovos. Ela tem interesses, ela gera dinheiro, ela vende... e nada disso tem a ver com o ESPORTE!!!! A Red Bull é acima de tudo: UMA EMPRESA!

Eu esperei quase 3 anos para este momento. Foram meses e meses desde aquele fim de semana em Abu Dhabi onde a Ferrari e Alonso foram execrados de todos os modos porque a ESPORTIVIDADE da Red Bull havia vencido. Manchetes diziam: “venceu o esporte!”. UAU que esporte é este que vende mentiras?!? 

“Recalque” meu à parte, eu disse que as máscaras cairiam... demorou um pouquinho mas caiu. E não vou esconder que estou simplesmente me divertindo com todo este processo. Sei também que para muitos torcedores de F1 nada muda, porém também acredito que para boa parte da categoria a imagem de equipe certinha, bacana e honesta que a RBR tinha se desfez! E isso já é bem satisfatório... 

Tudo isso é culpa da própria Red Bull! Que eles sejam felizes com toda esta rede de mentiras que eles mesmos criaram para vencer e vender mais e, claro, que arquem com as consequências disso. Assim como a Ferrari tem de lidar com as dela. 

E encerro meu texto com uma frase que cabe bem para os rubro-taurinos: 
“Mais cedo ou mais tarde, todas as máscaras caem. Seria bom que alguns hipócritas soubessem disso.” Anderson Fabiano 
Era isso!!! 

 Bjusss, Tati 

(*) Para entenderem o título do Post, cliquem Aqui. Aliás, não é à toa que gosto do GP da Malásia, pois é um fim de semana que sempre nos reserva boas histórias. Que coincidência não!? hehe

Comentários

Unknown disse…
Tati, você acaba de expressar tudo aquilo que estava engasgado em minha garganta. Nunca acreditei na fama de bom moço e bom esportista do Vettel, por mais que ele seja um octete. Como você mesma disse, chega uma hora que todo mundo tem que dançar conforme a música. Não estou defendendo a Ferrari, pq realmente o jogo de equipe não é correto, mas ela deixa claro que se for necessário faz. Alonso foi um sábio qdo disse que seu maior rival era o projetista da RBR, Adrian Newey, ao invés do alemão. E também qdo disse que "a RBR ganhou dois de seus últimos títulos na última corrida, isso porque eles tinham um carro que era um segundo mais rápido que os outros. Aproveitar o máximo o que eles tem não é uma de suas virtudes. Não peço um carro que seja um segundo mais veloz, mas um que possamos lutar com eles – disse, sarcástico, em entrevista ao jornal espanhol "El Pais"."

fonte:http://m.globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2013/03/alonso-ironiza-rival-rbr-fazer-o-melhor-nao-e-uma-de-suas-virtudes.html
Oi Querida!

Obrigada! É um sentimento complicado este mesmo... aqui no texto não me referia ao Vettel, mas sei como vc se sente, com certeza!!!

Mas como eu disse, não há como fingir por muito tempo... por isso escrevi este texto para falar da situação da Red Bull que sempre pregou uma coisa, para no final fazer outra... e olha no que deu!

E fico feliz que vc se identifique com o texto!

Super bjusss, Tati
arthur disse…
Mais um belo texto, Tati. Sobre a postura "certinha" da Red Bull, acho que a máscara caiu um pouco antes para mim, mais precisamente em 2011 na Inglaterra, até pq "uma equipe compromissada com o esporte como a Red Bull não faz ordens de equipe como a Ferrari (que apenas expõe mais claramente que todas as outras)". Bem, se para alguns a máscara caiu no último domingo, para mim caiu antes.

Aqui para provar o exemplo que citei: http://tazio.uol.com.br/blog/blog-do-tazio/relembra-dez-casos-de-tratos-nao-cumpridos-na-f1/
wagner disse…
Texto esclarecedor, Tati. No mais, sabemos que o fato das máscaras caírem, não tornam a Ferrari melhor, mas sabemos que não é a única a fazer bobagens.Eu particularmente não gosto do jogo de equipe, mas quem paga o salário dos pilotos? Alonso não precisa de jogo de equipe e lacres quebrados para ser campeão, basta um carro decente! No caso da Mercedes, Hamilton que tanto prega que não participa de jogo de equipe, se esqueceu de kova em 2008/09, e recentemente na Malásia, se estava mais lento, não deveria dedicar o pódio a Rosberg e ficar com os pontos, mas deixar o companheiro mais rápido passar, simples! Não considero Vettel ou Hamilton maus caráteres (pachecada mode), apenas "engrenagens de um mundo imperfeito"! Novamente, Tati, ótimo texto!
wagner disse…
Tati, faltou dizer que apenas Alonso é chorão, mas vc se lembra do áudio da RBR no "meio" da corrida na Malásia, na "segunda" corrida da temporada, pedindo para a "RBR" tirar Webber da sua frente, por estar mais lento? Ora, pra mim só Alonso chorava!? Hehe, pacheco mode, kkkk
Anônimo disse…
clap! clap! clap!

Falou da equipe Red Bull divinamente e faço coro com a Carolina sobre o "menino" Vettel enfim... tbm estou curtindo muito td isso!

Adriana.
PH Miniaturas disse…
É isso aí Tati. Todos escolhemos uma equipe/um piloto para torcer de coração. Porém pelo menos a Ferrari deixa claro que esse é o estilo dela. O pior não é exatamente fazer jogo de equipe - o pior é fazer o contrário daquilo que se prega.

E digo mais: uns bons 60% dos que elogiaram Vettel por ter peitado a ordem da equipe o teriam criticado se fosse um brasileiro no lugar do Webber. Assim como uns bons 60% dos que o criticaram o teriam elogiado se ele fosse brasileiro.

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