Nos detalhes
Título mundial conquistado no GP do Brasil prova que “o sucesso está nos detalhes”, filosofa Vettel
Em entrevista exclusiva concedida ao site oficial da F1, Sebatian Vettel lembrou, quase um mês depois, do épico GP do Brasil, prova que lhe deu o terceiro título mundial. O jovem alemão também lembrou que a Red Bull jamais deixou de acreditar no título, mesmo quando o jogo parecia mais favorável a rivais como Lewis Hamilton ou Fernando Alonso
Sebastian Vettel encerra 2012 na lista dos maiores pilotos da sua geração, talvez entre os maiores da história da F1. O alemão alcançou um feito histórico nesta temporada ao ser o mais jovem tricampeão mundial num ano de muitas dificuldades no primeiro semestre, mas de quatro vitórias consecutivas na fase crucial do campeonato, impulsionando-o para a liderança do Mundial e, consequentemente, para o título, que veio após uma corrida dramática no Brasil.
Vettel lembrou os detalhes daquela corrida e disse que Interlagos trouxe alguns ensinamentos. O principal deles, na visão do piloto alemão, é que o “sucesso está nos pequenos detalhes”, além da regularidade na soma de pontos para o campeonato. Em 20 corridas, Sebastian zerou em apenas duas: Malásia e Itália.
“Nunca deixamos de acreditar”, disse Vettel em entrevista exclusiva concedida ao site oficial da F1, recordando os momentos de altos e baixos que viveu em 2012. “Há tantos ‘especialistas’ lá fora fazendo observações descartáveis sobre quem será o campeão e quem será o perdedor, e você não tem que deixar isso chegar até você. Nem o positivo e nem o negativo.”
“Você tem de se concentrar completamente em seu próprio objetivo e jamais se preocupar com o que os outros fazem ou não. O que alguns dos meus concorrentes poderiam ter subestimado é o entendimento da soma de cada ponto. Foram apenas três pontos entre o primeiro e o segundo, entre ter seu nome no troféu [de campeão] de novo ou não”, salientou o número 1 da F1, lembrando da minúscula diferença em relação ao vice-campeão, Fernando Alonso, que pelejou até o fim do GP do Brasil.
Quase um mês depois de um dos desfechos mais dramáticos da história da F1, Sebastian falou sobre seu sentimento depois do fim daquela corrida. O piloto da Red Bull foi tocado por Bruno Senna ainda na primeira volta e caiu para último, mas realizou uma recuperação incrível em uma prova cheia de variáveis, como a entrada, por duas vezes, do safety-car, e do clima incrivelmente instável. Alonso terminou em segundo, mas Vettel, em sexto, garantiu a taça de campeão mundial pela terceira vez consecutiva.
“Eu lembro que tive dificuldades para encontrar as palavras certas. Levei algum tempo para a ‘ficha cair’. Foi uma corrida maluca, com situações imprevistas que aconteciam quase como em cada curva. Você pode literalmente usar a palavra caótica, e terminou para nós do jeito que foi porque nunca perdemos de vista o grande objetivo”, salientou o jovem.
“Você começa a entender como pequenos passos são necessários para se alcançar tal resultado; passos que, quando acontecem, provavelmente não tenham um grande significado para você naquele momento, mas que pode ter um resultado impactante no final. Acho que 2012 e, especialmente, a corrida no Brasil, ensinou que o sucesso está nos detalhes”, filosofou o moço de Heppenheim.
Vettel também disse que demorou a entender a dimensão de sua conquista. “A erupção veio mais tarde. No momento em que cruzei a linha de chegada, estava muito tranquilo, um pouco vazio. Acho que tudo acontece quando um fardo enorme sai do teu peito. Durante todo o ano, ficamos focados em um único objetivo, e, de repente, você alcançou isso. Isso te deixa calmo e, provavelmente, um pouco desamparado, por um curto instante. Em seguida, depois de duas semanas, você começa a respirar e retomar a vida que você deixou muitos meses atrás.”
Sebastian foi questionado, também, sobre seu sentimento a respeito da controvérsia criada em torno da sua ultrapassagem sobre Jean-Éric Vergne, na quarta volta do GP do Brasil, em que o alemão foi acusado por parte da mídia espanhola de ter feito a manobra em trecho sinalizado por bandeira amarela, fato que acarretaria em punição e, consequentemente, resultaria na mudança do dono do título, que passaria a ser Alonso.
O piloto deixou claro que, em momento algum, havia perdido o controle da situação e que sempre soube que estava dentro das regras. Por isso, ficou tranquilo quanto à celeuma criada em torno da situação, que foi resolvida pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), que considerou a ultrapassagem absolutamente legal, confirmando o tri.
“Para ser sincero, jamais perdi tempo pensando que cometi alguma irregularidade. Mesmo sendo uma corrida bastante movimentada, eu vi todas as bandeiras, e suas cores. Eu só tive a informação de que a Ferrari estava tramando algo depois que Christian [Horner] me ligou dizendo que, obviamente, a Ferrari não estava muito feliz com o resultado da corrida”, disse o piloto.
“Depois de a FIA ter checado cada centímetro da gravação da situação em questão, e confirmado que tudo estava de acordo com as regras, a Ferrari recuou dos protestos. Mas acredite ou não, sabia desde a bandeira quadriculada que não cometi nenhuma manobra errada”, lembrou.
Depois da viagem à Tailândia, onde disputou a Copa das Nações — foi campeão representando a Alemanha, ao lado do seu ídolo de infância, Michael Schumacher — e a Corrida dos Campeões, prova em que foi eliminado por Romain Grosjean, Vettel disse que o momento é de descansar e recarregar as baterias antes de voltar ao trabalho, no começo de fevereiro, para a pré-temporada.
“Foi divertido em Bangcoc. Agora vou me concentrar na pessoa Sebastian Vettel nas próximas semanas antes de voltar novamente no começo de fevereiro para me familiarizar com o RB9. Quero agradecer a todos os fãs da F1 que nos seguiram durante toda esta longa temporada, embora eu tenha a dizer que entregamos um entretenimento fantástico. Talvez, até um pouco demais para o meu gosto, mas nós estamos focados (risos)”, finalizou o tricampeão mundial.
Fonte: Grande Prêmio
Concordo com Vettel, definitivamente está nos detalhes. Às vezes, aquele pódio que a gente não gostou em determinada corrida é o que faz a diferença no final.
E sobre a sensação do que ele tinha alcançado, acho que entendo o que ele diz. Deve ser louco demais quando a ficha cai e você percebe que está no topo do mundo pela terceira vez. Deve ser demais mesmo! :)
Beijinhos, Ludy
Comentários
Concordo com ele tbm... Deve ser assim que a gente se sente quando peleja em algo por muito tempo e ver acabar, com o fim que a gente planejou... Me senti assim no fim do Ensino Médio, e acho que vou me sentir assim no fim da faculdade tbm... (As minhas conquistas não são legais como as dele, mas me deixam com a mesma sensação. U.U)
Acho que ele tem razão tbm quando fala dos detalhes. Não tinha perecebido tbm que, assim como Alonso, ele só não pontuou em duas etapas... Questão de detalhes, realmente...
Enfim, a filosofia de vida dele "me gusta": sempre fui detalhista, até mesmo paranóica, eu diria...
XD
Talita Regis
bjs
Ludy
E por favor, não perca o foco. Hehe