Coluna Velocidade e Batom: "A arte do esquecimento"
Coluna Velocidade e Batom: “A arte do esquecimento” by Ludy Coimbra
Ontem a F1 viveu um daqueles dias de grandes mudanças. Lewis Hamilton deixou a sua casa (McLaren), indo para a Mercedes a partir de 2013 e Michael Schumacher está sem equipe, prestes a provavelmente encerrar sua carreira pela segunda vez.
Para quem admira o piloto inglês, um ato de grandeza e coragem, para mim, nada mais do que a vontade de ganhar mais dinheiro (já que o valor do contrato do piloto fala por si só) e a prova de que dentro da equipe que o trouxe para o mundo, que o tornou quem ele é hoje, não havia mais espaço, diria até, incompatibilidade de gênios. Hamilton quer ser uma estrela e não um piloto de F1 e vendo esta chance na Mercedes, não pensou duas vezes.
Sei que os pilotos têm todo o direito de procurar novos desafios, de mirar novos horizontes e desafiar a si mesmos, mas não consigo ver momento mais inoportuno e ingrato. Está disputando um título e deveria pelo menos ter segurado a informação mais um pouquinho. Sei lá! Como ele poderá querer que a McLaren continue brigando por ele e sua chance de mundial se ano que vem ele não será mais piloto deles? Não vejo isto com bons olhos.
E aí, temos o outro lado da moeda. Michael Schumacher. Não sou fã do alemão, nunca fui. Vivenciei toda a sua carreira e sempre do lado aposto. Primeiramente como fã de Ayrton Senna, depois como fã de Jacques Villeneuve e Kimi Räikkönen. Não aceito muitas das formas como vi Schumacher vencer seus campeonatos como os anos de Benetton e alguns de Ferrari. Nunca achei que Schumi fosse esta divindade toda, mesmo porque, convenhamos, os anos em que ele se tornou o cara, conquistou todos os números da F1, tinha um foguete nas mãos.
Claro que ele trabalhou para montar esta equipe perfeita e conquistar seus títulos, não o acho incompetente e não sou cega, o cara tem talento e está entre os grandes da categoria, mas para mim, não é o maior que vi pilotar. Questão de opinião e esta é a minha.
Mas desde que Schumacher voltou à F1, vejo sinceramente que ele tentou mudar um pouco de sua personalidade e tornou-se mesmo um cara mais agradável (mandem-me para um manicômio...estou doida de vez!!! Kkkk), e tem penado, vendo que como nos anos do início de sua carreira, que as coisas não são fáceis, ainda mais quando se tem a idade que ele tem e que para o esporte, já é avançada.
Mas por que estou falando isto? Por uma única razão, estou com pena. Pena pela forma como ele, um cara que tem sua importância para a F1, pode deixar a F1 pela segunda vez. Ele não está sendo expulso é claro, apenas perdeu sua vaga para um piloto mais jovem e promissor, já campeão e com gana de se provar capaz de ser bom sem a proteção de seus criadores, mas ainda assim, sinto pena.
A forma como a F1 trata as pessoas mexe sempre comigo. Talvez porque eu não tenha tido boas despedidas da categoria com os pilotos que torci. O primeiro morreu em pista, o segundo foi duas vezes dispensado e o terceiro (apesar da segunda chance), foi desrespeitado de forma grotesca em sua primeira saída da categoria.
Nestas horas, sinto por Schumacher, porque embora ele seja o piloto que é, não passa de mais um frente ao mundo de negócios que se tornou a categoria. Eu sei que ele teve três temporadas para se adaptar e provar que ainda podia oferecer algo, mas ainda assim, nestas horas, vemos o quão cruel é o esporte e a forma como uma carreira toda é simplesmente desconsiderada. É a F1 e o que ela faz de melhor, a arte do esquecimento.
Beijinhos, Ludy
Comentários
Não gostei... mas é o modus operandi da f1, so...
Bjuss, tati