Coluna: "O que elas pensam?" by Ludy
Quem segue o Octeto desde o começo ou que começou a visitar-nos depois de 2009, sabe que dedico a maior parte do meu trabalho por aqui a Kimi Räikkönen. Posto tudo o que posso sobre ele. Opino, informo, conto histórias, posto fotos, vídeos, elogio, critico quando fico irritada com ele (que aconteceu poucas vezes, admito...rsrsrs), mas o que mais faço aqui, desde o primeiríssimo dia deste blog, é mostrar Kimi como ele é, um ser humano normal e um piloto que encara seus desafios.
E por isto, a coluna de hoje é sobre Kimi e um assunto que eu preciso esclarecer. Desde aquela “reportagem” feita por Mariana Becker e que a Tatiana escreveu brilhantemente sobre o assunto neste texto (quem não leu, deve ler) estou para escrever esta coluna.
Na verdade, cheguei a pensar em mandar um e-mail para a jornalista global, mas desisti. Não importa o que eu escrevesse no e-mail, isto não vai mudaria o fato que ela continuará a escrever sobre Kimi e qualquer outro piloto que não seja brasileiro, da mesma forma, com deboche, faz parte da linha editorial esportiva da emissora em que ela trabalha. E não me venham dizer que estou errada, porque não estou. Não nasci ontem.
E exatamente por esta razão, resolvi que escrever no meu blog, seria uma maneira muito mais justa de corrigir a informação passada na “reportagem” feita por Mariana Becker. Não sei quantos de vocês acompanham uma competição de rali, mas qualquer seguidor desta modalidade automobilística sabe que no WRC (só para usarmos como exemplo o lugar onde Kimi competiu por 2 anos), é preciso que o piloto esteja em uma equipe de fábrica (Citroën, Ford, Mini ou outros carros que as representem) ou tenha a sua própria equipe, como é o caso do piloto brasileiro Paulo Nobre, e a sua Palmeirinha Racing Team.
E é aí que entra a minha correção. Em sua “reportagem” para o Jornal Nacional do dia 24 de fevereiro, a jornalista global afirmou com todas as letras e todo o “conhecimento de causa” que Kimi pagou para correr na categoria. O que não sabe Mariana Becker é que como expliquei acima, no rali, os pilotos correm por equipes oficiais (como as de fábrica) ou como particulares (eles criam suas próprias equipes).
Obviamente, Mariana não tem conhecimento da carreira de Kimi no WRC e não sabe que quando o finlandês entrou na categoria, em 2010, competia como piloto na Citroën Junior Team, com um grande patrocínio por trás (a Red Bull, um de seus patrocinadores pessoais e também da equipe francesa), representando as cores da marca gaulesa ao lado de Sébastien Ogier. Os dois estavam imediatamente abaixo da dupla principal da equipe de fábrica, Citroën.
Daí veio 2011, a Red Bull decidiu que não queria mais financiar completamente a estada de Kimi no WRC, e para continuar sua carreira por lá, o finlandês teve que corre atrás de mais patrocínios e foi então que surgiu a Ice1Racing WRC Team, um braço no rali da equipe IceOneRacing, que compete também na categoria de MotoCross. Um projeto novo de Räikkönen.
Com isto, o finlandês tornou-se ainda mais um piloto particular, pois criou a sua equipe, aquela financiada por ele e outros patrocinadores para poder competir nos eventos realizados durante a temporada do WRC. Mas na “reportagem” feita por Mariana, esta diferença não é explicada em nenhum momento, ela simplesmente leva os telespectadores a acreditarem que Kimi chegou ao WRC, “comprou” uma vaga e por isto competiu. Não, não é assim que a banda toca por lá.
No WRC o piloto que não corre pela equipe de fábrica tem que matar um leão por dia para sobreviver, e uma dos pilotos que juntamente com Räikkönen fez isto nos últimos dois anos, foi o norueguês Petter Solberg, campeão do mundo de Rali de 2003. Ele tinha a Solberg Rally Team, correndo com um C4 em 2010 e um DS3 ano passado.
Eu me lembro de inclusive, ler e postar por aqui, matérias onde Petter falava sobre a dificuldade em se manter uma equipe própria e da possibilidade dele ficar sem correr este ano, porque não tinha mais como permanecer desta maneira. O que acabou não acontecendo, porque agora ele está na Ford, como piloto oficial da marca norte-americana, correndo ao lado de Jari-Matti Latvala.
Por isto resolvi escrever este texto, para deixar aqui, compartilhado com o mundo da internet, a real situação de como Kimi participou do Mundial de Rali. Quem quiser acreditar no que a Globo e seus jornalistas escrevem, tem todo direito. Não estou aqui para obrigar ninguém a acreditar em mim. Mas definitivamente, eu não deixaria passar a chance de provar por a + b que o que foi exposto naquela “reportagem” não mostra o que realmente aconteceu. Kimi nunca pagou (no sentido de comprar um lugar) para estar no WRC, ele financiou sua própria equipe, o que é normal no meio do rali.
Para encerrar (pois também tenho que comentar), Sebastian Vettel não fez piada, de maneira debochada, como a jornalista quis insinuar, ele simplesmente respondeu de maneira brincalhona, à pergunta do entrevistador (quem quiser ver o vídeo completo e tirar suas próprias conlcusões, está aqui) sobre como Kimi responderia.
E sobre a questão “não se destacou no WRC”, “não tem emoção”, “não tem motivação”, “não é acessível”, bom, é o que já falei no começo do texto, é a linha editorial da emissora para a qual ela trabalha. Não é esportista brasileiro, não tem qualidade, só terá qualidade, se for usado como comparativo para exaltar a capacidade de um esportista nacional. E isto independe de ser Kimi ou qualquer outro. Em qualquer categoria esportiva.
De verdade, o que mais me irritou na reportagem não foram as “acusações” de sempre, foi o tom debochado e a forma desrespeitosa como a passagem de Kimi pelo WRC foi retratada. Não, ele não venceu ralis, não foi campeão, mas ele lutou, terminou em boas posições, fez bons ralis, impressionou seus colegas e adquiriu o respeito de outra parte da comunidade automobilística e isto para mim, é muito importante. Kimi pode não ser Loeb, Ogier, Solberg, Hirvonen, Latvala, mas ele é Räikkönen e tenho certeza que hoje, os fãs do WRC sabem que ele é. E se lembrarão dele com o respeito que ele merece.
Beijinhos, Ludy
E por isto, a coluna de hoje é sobre Kimi e um assunto que eu preciso esclarecer. Desde aquela “reportagem” feita por Mariana Becker e que a Tatiana escreveu brilhantemente sobre o assunto neste texto (quem não leu, deve ler) estou para escrever esta coluna.
Na verdade, cheguei a pensar em mandar um e-mail para a jornalista global, mas desisti. Não importa o que eu escrevesse no e-mail, isto não vai mudaria o fato que ela continuará a escrever sobre Kimi e qualquer outro piloto que não seja brasileiro, da mesma forma, com deboche, faz parte da linha editorial esportiva da emissora em que ela trabalha. E não me venham dizer que estou errada, porque não estou. Não nasci ontem.
E exatamente por esta razão, resolvi que escrever no meu blog, seria uma maneira muito mais justa de corrigir a informação passada na “reportagem” feita por Mariana Becker. Não sei quantos de vocês acompanham uma competição de rali, mas qualquer seguidor desta modalidade automobilística sabe que no WRC (só para usarmos como exemplo o lugar onde Kimi competiu por 2 anos), é preciso que o piloto esteja em uma equipe de fábrica (Citroën, Ford, Mini ou outros carros que as representem) ou tenha a sua própria equipe, como é o caso do piloto brasileiro Paulo Nobre, e a sua Palmeirinha Racing Team.
E é aí que entra a minha correção. Em sua “reportagem” para o Jornal Nacional do dia 24 de fevereiro, a jornalista global afirmou com todas as letras e todo o “conhecimento de causa” que Kimi pagou para correr na categoria. O que não sabe Mariana Becker é que como expliquei acima, no rali, os pilotos correm por equipes oficiais (como as de fábrica) ou como particulares (eles criam suas próprias equipes).
Obviamente, Mariana não tem conhecimento da carreira de Kimi no WRC e não sabe que quando o finlandês entrou na categoria, em 2010, competia como piloto na Citroën Junior Team, com um grande patrocínio por trás (a Red Bull, um de seus patrocinadores pessoais e também da equipe francesa), representando as cores da marca gaulesa ao lado de Sébastien Ogier. Os dois estavam imediatamente abaixo da dupla principal da equipe de fábrica, Citroën.
Daí veio 2011, a Red Bull decidiu que não queria mais financiar completamente a estada de Kimi no WRC, e para continuar sua carreira por lá, o finlandês teve que corre atrás de mais patrocínios e foi então que surgiu a Ice1Racing WRC Team, um braço no rali da equipe IceOneRacing, que compete também na categoria de MotoCross. Um projeto novo de Räikkönen.
Com isto, o finlandês tornou-se ainda mais um piloto particular, pois criou a sua equipe, aquela financiada por ele e outros patrocinadores para poder competir nos eventos realizados durante a temporada do WRC. Mas na “reportagem” feita por Mariana, esta diferença não é explicada em nenhum momento, ela simplesmente leva os telespectadores a acreditarem que Kimi chegou ao WRC, “comprou” uma vaga e por isto competiu. Não, não é assim que a banda toca por lá.
No WRC o piloto que não corre pela equipe de fábrica tem que matar um leão por dia para sobreviver, e uma dos pilotos que juntamente com Räikkönen fez isto nos últimos dois anos, foi o norueguês Petter Solberg, campeão do mundo de Rali de 2003. Ele tinha a Solberg Rally Team, correndo com um C4 em 2010 e um DS3 ano passado.
Eu me lembro de inclusive, ler e postar por aqui, matérias onde Petter falava sobre a dificuldade em se manter uma equipe própria e da possibilidade dele ficar sem correr este ano, porque não tinha mais como permanecer desta maneira. O que acabou não acontecendo, porque agora ele está na Ford, como piloto oficial da marca norte-americana, correndo ao lado de Jari-Matti Latvala.
Por isto resolvi escrever este texto, para deixar aqui, compartilhado com o mundo da internet, a real situação de como Kimi participou do Mundial de Rali. Quem quiser acreditar no que a Globo e seus jornalistas escrevem, tem todo direito. Não estou aqui para obrigar ninguém a acreditar em mim. Mas definitivamente, eu não deixaria passar a chance de provar por a + b que o que foi exposto naquela “reportagem” não mostra o que realmente aconteceu. Kimi nunca pagou (no sentido de comprar um lugar) para estar no WRC, ele financiou sua própria equipe, o que é normal no meio do rali.
Para encerrar (pois também tenho que comentar), Sebastian Vettel não fez piada, de maneira debochada, como a jornalista quis insinuar, ele simplesmente respondeu de maneira brincalhona, à pergunta do entrevistador (quem quiser ver o vídeo completo e tirar suas próprias conlcusões, está aqui) sobre como Kimi responderia.
E sobre a questão “não se destacou no WRC”, “não tem emoção”, “não tem motivação”, “não é acessível”, bom, é o que já falei no começo do texto, é a linha editorial da emissora para a qual ela trabalha. Não é esportista brasileiro, não tem qualidade, só terá qualidade, se for usado como comparativo para exaltar a capacidade de um esportista nacional. E isto independe de ser Kimi ou qualquer outro. Em qualquer categoria esportiva.
De verdade, o que mais me irritou na reportagem não foram as “acusações” de sempre, foi o tom debochado e a forma desrespeitosa como a passagem de Kimi pelo WRC foi retratada. Não, ele não venceu ralis, não foi campeão, mas ele lutou, terminou em boas posições, fez bons ralis, impressionou seus colegas e adquiriu o respeito de outra parte da comunidade automobilística e isto para mim, é muito importante. Kimi pode não ser Loeb, Ogier, Solberg, Hirvonen, Latvala, mas ele é Räikkönen e tenho certeza que hoje, os fãs do WRC sabem que ele é. E se lembrarão dele com o respeito que ele merece.
Beijinhos, Ludy
Comentários
Se eles fossem brasileiros, eles seriam deuses do automobilismo! rsrsrs...
Sobre Loeb e cia, ele mesmo uma vez falou que não seria fácil a adaptação se um dia corresse na F1. Estas coisas não acontecem de uma hora para a outra, é preciso tempo. Na minha forma de ver, sair do rali e vir para a F1, acredito ser menos complicado (disse menos complicado e não mais fácil) do que o contrário. Kaj Lindström, ex-navegador de Kimi, para o Iceman começar a disputar pódios e obter resultados melhores, o prjeto era de 4 a 5 anos de dedicação. Não é fácil como a grande Mariana Becker fez parecer. Enfim, como você mesmo disse, cada um se dá bem no seu território.
Espero ter respondido às suas perguntas. :)
bjs, Ludy
Eu ando chateada pq eu queria deixar esse tipo de coisa que a mídia faz com o Kimi (e em muitos outros casos tbm), não só a global, mas qq uma faria, se tivesse o direito de transmissão que Globo tem. Queria de fato não ter que passar por isso de novo, de ficar vermelha de raiva, ou perder a razão e sair mandando esse povo, que nem essa Mariana Becker, para o inferno usando meu blog.
Fiquei velha antes da hora e já nem forças para isso encontro. Fato é que qd vi a reportagem passei direto mesmo, pq nada que ela disser não mudará o que Kimi representa para mim, vcs e as pessoas sensatas desse mundo (que estão cada dia mais raras).
Uma coisa eu tenho como mini vingança. Já vi 2 reportagens no Jornal Nacional que qd falaram de Massa, falaram da situação dele na Ferrari. E na última fizeram as contas de qt tempo ele não vence. A mídia qd levanta, tbm derruba. Tenho uma amiga fã do Massa que está incomodada com isso.
É a mesma mídia que exaltou ele no passado. Então ela não sabe o que fala, não sai do muro, só fala o que acha conveniente, pelo momento ou interesse. Jamais terá verdade, pq não há verdade a ser dita. A gente sempre está em dúvida de tudo, pq daremos de sabichões agora?? Demora a entender, e creio que nunca entenderão, até inclusive desconfiarem tbm que opinião deles não é notícia. É só opinião.
E eu não dou a mínima para a opinião deles, porque graças a Deus, tenho (e temos) a sensatez de ter (termos) a minha (a nossa).
=*