O amanhã

"Era madrugada quando eu ouvi gritos de alegria e muitas gargalhadas, quando vi pessoas se abraçando, pulos de felicidade, música, dança e festa. Todos comemorando juntos ao assistir um bonito filme que passava diante todos aqueles emocionados olhos: a esperança renovada depois de tantos anos de frustrações e a certeza que disputar era possível. Erros, acertos, polêmicas, dedicação, trabalho, pódios, vitórias, liderança e a tão sonhada conquista. Tudo diante nossos olhos.

Era possível sentir a sensação de dever cumprido, de que tudo valeu a pena. A sensação de que finalmente havia chegado a nossa hora e a de que, quando há trabalho e confiança, tudo é possível. Era fácil sentir a gostosa sensação de vencer...

Eu assistia à tudo aquilo bem de pertinho, era quase possível tocar nas pessoas que ali festejavam, sentir as geladas gotículas de champagne na minha pele, as fortes batidas da música atingirem meu peito e a vontade de pular de alegria. Era quase possível sentir o delicioso gosto de vitória representada pelas lágrimas daqueles que tanto trabalharam para chegar até a tão aguardada conquista. Conquista que começou a ser desenhada há anos pelo personagem que estava no centro de toda aquela festa. Era quase possível fazer parte daquilo... quase...

Foi quando percebi que algo estava errado: tudo era em preto e branco e sem som. Foi quando percebi que aquela não era a minha festa. Foi quando percebi que nada daquilo estava acontecendo. Foi quando percebi, com lágrimas nos olhos e com o coração cheio de tristeza, que eu havia despertado de um sonho: o sonho de que assistia Alonso comemorar seu terceiro título mundial, depois de tanto lutar e trabalhar para isso. Era um delicioso sonho, mas era apenas um sonho...

Após despertar, ainda com lágrimas nos olhos e frustada por notar que nada era real, pensei por um momento e em seguida, sorri. Eu sorri pois cheguei a conclusão de que aquele sonho não era uma visão do passado, que não era uma lembrança triste ou motivo de lágrimas de tristeza. Entendi que tudo, na verdade, depende de nós... depende de como interpretamos e assistimos a tudo. Percebi que aquela não era a festa “que não aconteceu”, e sim, a festa “que irá acontecer”, um dia...

Portanto, se tudo depende de nós... o que depender de mim, vou continuar sonhando todas as noites com aquela que será a nossa noite de comemoração e a nossa festa do TRI. Pois já como dizia Clarice Lispector: 'Ainda bem que eu posso sonhar com o amanhã ' . Eu sonhei com o amanhã ... "

Tati - 14 de Novembro de 2011

Ainda que, após um ano, a derrota em Abu Dhabi nos cause arrepios, nós sabemos que tudo um dia irá passar... Irá passar porque nós temos os sonhos...

Portanto, meus amigos alonsistas: venham sonhar comigo!!!! hehehe

Bjinhus, Tati