Coluna Velocidade e Batom: "Sobre um possível retorno de Kimi à F1" by Ludy
Estou ensaiando escrever este texto há algumas semanas. Pois bem, hoje estou aqui para falar um pouco do que penso sobre toda esta conversa, rumor ou o que quer que seja que vem rolando sobre um possível retorno de Kimi Räikkönen à F1.
Desde a sua saída da categoria máxima do automobilismo, toda vez que o mercado da F1 começa a virar de uma temporada para a outra, o nome de Räikkönen surge em uma especulação ou outra. Natural, pelo piloto que foi enquanto esteve lá. Mas depois de duas temporadas fora, acho de verdade, que retornar, não será uma boa coisa para o piloto finlandês.
Por mais que a Williams seja uma equipe de tradição, vencedora, com uma vontade enlouquecedora de ganhar novamente, o que Räikkönen encontrará pela frente não será apenas o desafio de se superar como piloto (já que precisará se adaptar a esta nova F1, suas novas regras, pneus, estilo, enfim, tudo), mas também o desafio de reerguer uma equipe. Capacidade para isto eu acho que ele tem, e muita. Não duvido. Mas estas coisas demandam tempo e podem não acontecer, porque não depende apenas do talento do piloto, mas de um conjunto de fatores como dinheiro investido, equipe competente e focada, trabalho em equipe, entrega, sorte, competência. Tudo isto precisa estar alinhado para que uma equipe vença, ou volte a ser vencedora, que é o que a Williams tanto busca.
E aí, lendo o que escrevi acima vocês podem pensar: “A Ludy não acredita no Kimi”. E eu afirmo que quem pensou isto está redondamente enganado. Eu acredito em Kimi, sempre acreditei. O que eu o vi fazer, sozinho, em 2009, por exemplo, não pode me deixar em dúvida. Kimi era o exército de um homem só dentro da sua equipe. Ele esteve sozinho e ainda assim, fez com aquele horrível F60, o que seus chefes não queriam, lutou e venceu suas batalhas, ainda que estas vitórias tenham sido pequenas. Por isto, acho que ele pode sim levar a Williams onde ela deseja estar, mas isto, definitivamente não virá da noite para o dia. E no pior dos cenários, pode até não acontecer.
Daí vocês podem pensar: “Nossa Ludy, como você é pessimista!” e eu respondo rapidamente: “Eu sou realista!”. Não sei quanto a vocês, mas estes mais de 20 anos seguindo F1 me deram bagagem o suficiente para saber que você só é julgado neste ambiente. Na verdade, na vida, isto é a única coisa que fazemos, julgar e sermos julgarmos. Se Kimi vier e não for bem, vão criticar. Se Kimi vier e for bem, vão dizer que ele não fez mais do que a obrigação. Enfim, se ficar o bicho pega e se correr o bicho come. Não tem jeito.
E depois de tudo o que já passei na F1 como fã de Jacques Villeneuve e Kimi Räikkönen, eu não quero mais nenhum piloto para o qual eu torça ali. Não quero mais o julgamento injusto e desleal, não quero mais puxadas de tapete, nem tapinhas nas costas de pessoas que quando você vai embora dizem que você é um babaca. Não quero mais assistir à F1 com o peso no coração que eu senti em 2002/2003 como fã de Jacques e em 2008/2009 como fã de Räikkönen. Não quero mais, não desejo mais, não sonho mais. É fato consumado.
O que me fez mudar de ideia? Deixar de querer a F1? A paz do WRC. É óbvio que lá também há jogo de equipe, preferências de dirigentes, questões financeiras, injustiças, julgamentos, mas o que eu vivi nos últimos dois anos como fã de Kimi, a calmaria e até mesmo os momentos difíceis, de raiva, não forem nem de longe o sofrimento dos meus últimos anos de F1.
Mas pelo que parece, as coisas estão mudando, as dificuldades financeiras em se manter uma equipe própria no WRC estão começando a pesar contra os fatores diversão e aprendizado a longo prazo, que eram as metas de Kimi quando ele chegou ao Mundial de Rali. E a possibilidade da F1, com todas estas histórias que surgiram após a visita dele a Grove, parecem realmente levar a uma possível volta. E embora estejamos somente no campo das especulações, tudo isto me deixa muito triste.
Aí, novamente vocês podem pensar: “Mas você está pensando no que é melhor para você”. Sim, estou mesmo. Quando Kimi deixou a F1, eu desejei como nunca que ele ficasse. Como desejei. Até o final do ano passado, se este monte de rumor que hoje rola por aí se tornasse verdade, eu ficaria extremamente feliz. Mas hoje, não. Não quero e nem sonho mais em ver o Iceman em um carro de F1 e de verdade, acho que ele pagará um preço muito alto se vier. E pior, se vier e tudo der errado.
Mas é claro que se ele voltar, eu estarei lá, o apoiando, como sempre fiz. Como fiz quando a F1 se fechou para ele e a porta do WRC se abriu. E como foi difícil recomeçar. Só sabe quem acompanhou. Mas se ele voltar, estarei lá, mesmo quando as críticas vierem, quando os julgamentos aparecerem, quando todo mundo for contra, eu estarei lá. Como estive durante estes últimos dois anos, em cada rali, em cada madrugada, em cada nova categoria, em todos os segundos que ele esteve dentro de um carro de corrida que não fosse um F1.
Peço desculpas pelo meu egoísmo, mas acho que tenho este direito. Tenho inclusive o direito de gritar de alegria se tudo der certo e também de voltar atrás em tudo o que disse agora. E sabem por quê? Porque eu, assim como muitos de seus fãs ao redor do mundo, estivemos lá, aceitando o que ele desejava, mesmo que não fosse o que a gente desejasse. Durante estes dois anos, nós não o abandonamos, como muitos de seus “fãs” fizeram porque ele não era mais um piloto de F1, mas que agora, voltam correndo ao ouvir o nome da categoria.
É claro que nem todo mundo é obrigado a seguir Kimi onde quer que ele vá. Cada um faz o que bem entender, porém hoje, os fãs dele que aceitaram o WRC, mas que sempre quiserem a F1, contam os segundos para que esta história de Williams seja verdade. E aqueles, como eu, (são poucos, eu sei), que aprenderam a amar o WRC, aceitarão a F1 mesmo contra sua vontade. E por termos estado lá temos o direito de sermos egoístas, cada um a seu modo, embora a gente saiba que Kimi sempre virá em primeiro lugar, mesmo que o que a gente deseje não seja o que ele escolherá.
Beijinhos, Ludy
Por mais que a Williams seja uma equipe de tradição, vencedora, com uma vontade enlouquecedora de ganhar novamente, o que Räikkönen encontrará pela frente não será apenas o desafio de se superar como piloto (já que precisará se adaptar a esta nova F1, suas novas regras, pneus, estilo, enfim, tudo), mas também o desafio de reerguer uma equipe. Capacidade para isto eu acho que ele tem, e muita. Não duvido. Mas estas coisas demandam tempo e podem não acontecer, porque não depende apenas do talento do piloto, mas de um conjunto de fatores como dinheiro investido, equipe competente e focada, trabalho em equipe, entrega, sorte, competência. Tudo isto precisa estar alinhado para que uma equipe vença, ou volte a ser vencedora, que é o que a Williams tanto busca.
E aí, lendo o que escrevi acima vocês podem pensar: “A Ludy não acredita no Kimi”. E eu afirmo que quem pensou isto está redondamente enganado. Eu acredito em Kimi, sempre acreditei. O que eu o vi fazer, sozinho, em 2009, por exemplo, não pode me deixar em dúvida. Kimi era o exército de um homem só dentro da sua equipe. Ele esteve sozinho e ainda assim, fez com aquele horrível F60, o que seus chefes não queriam, lutou e venceu suas batalhas, ainda que estas vitórias tenham sido pequenas. Por isto, acho que ele pode sim levar a Williams onde ela deseja estar, mas isto, definitivamente não virá da noite para o dia. E no pior dos cenários, pode até não acontecer.
Daí vocês podem pensar: “Nossa Ludy, como você é pessimista!” e eu respondo rapidamente: “Eu sou realista!”. Não sei quanto a vocês, mas estes mais de 20 anos seguindo F1 me deram bagagem o suficiente para saber que você só é julgado neste ambiente. Na verdade, na vida, isto é a única coisa que fazemos, julgar e sermos julgarmos. Se Kimi vier e não for bem, vão criticar. Se Kimi vier e for bem, vão dizer que ele não fez mais do que a obrigação. Enfim, se ficar o bicho pega e se correr o bicho come. Não tem jeito.
E depois de tudo o que já passei na F1 como fã de Jacques Villeneuve e Kimi Räikkönen, eu não quero mais nenhum piloto para o qual eu torça ali. Não quero mais o julgamento injusto e desleal, não quero mais puxadas de tapete, nem tapinhas nas costas de pessoas que quando você vai embora dizem que você é um babaca. Não quero mais assistir à F1 com o peso no coração que eu senti em 2002/2003 como fã de Jacques e em 2008/2009 como fã de Räikkönen. Não quero mais, não desejo mais, não sonho mais. É fato consumado.
O que me fez mudar de ideia? Deixar de querer a F1? A paz do WRC. É óbvio que lá também há jogo de equipe, preferências de dirigentes, questões financeiras, injustiças, julgamentos, mas o que eu vivi nos últimos dois anos como fã de Kimi, a calmaria e até mesmo os momentos difíceis, de raiva, não forem nem de longe o sofrimento dos meus últimos anos de F1.
Mas pelo que parece, as coisas estão mudando, as dificuldades financeiras em se manter uma equipe própria no WRC estão começando a pesar contra os fatores diversão e aprendizado a longo prazo, que eram as metas de Kimi quando ele chegou ao Mundial de Rali. E a possibilidade da F1, com todas estas histórias que surgiram após a visita dele a Grove, parecem realmente levar a uma possível volta. E embora estejamos somente no campo das especulações, tudo isto me deixa muito triste.
Aí, novamente vocês podem pensar: “Mas você está pensando no que é melhor para você”. Sim, estou mesmo. Quando Kimi deixou a F1, eu desejei como nunca que ele ficasse. Como desejei. Até o final do ano passado, se este monte de rumor que hoje rola por aí se tornasse verdade, eu ficaria extremamente feliz. Mas hoje, não. Não quero e nem sonho mais em ver o Iceman em um carro de F1 e de verdade, acho que ele pagará um preço muito alto se vier. E pior, se vier e tudo der errado.
Mas é claro que se ele voltar, eu estarei lá, o apoiando, como sempre fiz. Como fiz quando a F1 se fechou para ele e a porta do WRC se abriu. E como foi difícil recomeçar. Só sabe quem acompanhou. Mas se ele voltar, estarei lá, mesmo quando as críticas vierem, quando os julgamentos aparecerem, quando todo mundo for contra, eu estarei lá. Como estive durante estes últimos dois anos, em cada rali, em cada madrugada, em cada nova categoria, em todos os segundos que ele esteve dentro de um carro de corrida que não fosse um F1.
Peço desculpas pelo meu egoísmo, mas acho que tenho este direito. Tenho inclusive o direito de gritar de alegria se tudo der certo e também de voltar atrás em tudo o que disse agora. E sabem por quê? Porque eu, assim como muitos de seus fãs ao redor do mundo, estivemos lá, aceitando o que ele desejava, mesmo que não fosse o que a gente desejasse. Durante estes dois anos, nós não o abandonamos, como muitos de seus “fãs” fizeram porque ele não era mais um piloto de F1, mas que agora, voltam correndo ao ouvir o nome da categoria.
É claro que nem todo mundo é obrigado a seguir Kimi onde quer que ele vá. Cada um faz o que bem entender, porém hoje, os fãs dele que aceitaram o WRC, mas que sempre quiserem a F1, contam os segundos para que esta história de Williams seja verdade. E aqueles, como eu, (são poucos, eu sei), que aprenderam a amar o WRC, aceitarão a F1 mesmo contra sua vontade. E por termos estado lá temos o direito de sermos egoístas, cada um a seu modo, embora a gente saiba que Kimi sempre virá em primeiro lugar, mesmo que o que a gente deseje não seja o que ele escolherá.
Beijinhos, Ludy
Comentários
... bom...confesso que estou com o meu coração apertado, e ao mesmo tempo angustiada e cansada de todas essas especulações, nos ultimos dois anos é sempre assim, quando chega o fim de temporada o conversero começa, e nós fãs de Kimi ficamos sem ter em o que acreditar, esta é relamente uma época dificil. Para mim, Kimi deveria ficar no Ralli, pois querendo ou não lá parece que ele esta em seu habitat não sei, é o que eu penso, mas se ele voltar para a F1 tbm vou gostar mas, eu ja estou até imaginando as criticas se as coisas não começarem a dar certo, as pessoas pegando no pé dele pelo seu jeito...
ai mas seja o que Deus quiser...
Se ele já está na f-1 (dizem que só falta o anuncio oficial....) creio que será uma boa para ele como piloto pois ali é o nicho dele...a WRC foi apenas uma diversão para não ficar parado e sinceramente...gostaria que ele fosse para a LeMans Series...categoria de livre concorrencia por classes e belos carros e grandes provas de endurance que adoro.
Vc sabe, como vc desejei que Kimi ficasse na F1. Mas agora não acho seu retorno viável. É de fato página virada, e outro caminho para frente que se segue.
Espero que ele continue no WRC, mas se essa história da Williams se confirmar, só poderemos aceitar.
=*
Acho que ele vai ter dificuldades pra se readaptar, e isso vai ser motivo pra todo tipo 'bullshit'.
Já disse e repito: por mim, não voltaria.
Eu não sou fã do Iceman, não passei por todo que vcs fãs passaram, e talvez seja por isso que eu queria ele volte, mas já imaginaram mais um Campeão na pista!? Show de bola!!!
Qto as críticas... desistam... Na f1 ou na Rally elas sempre existiram. Para "Gênio e querido" só há espaço para um na F1 por vez. A vez do Alonso e Kimi por exemplo, já passaram. Logo muda de novo!
Bjinhus, Tati