"Minha história como fã de Jacques Villeneuve" por Juliana Kopp
Oi gente! Havia prometido que começaria a postagem dos textos de alguns fãs de Jacques Villeneuve ontem, mas não deu. Mas cá estou eu hoje, e começo com o depoimento muito bacana da leitora Juliana Kopp. Ficou muito carinhoso e emocionante!
"Minha história como fã de Jacques Villeneuve" por Juliana Kopp
Impossível pensar em Jacques Villeneuve sem lembrar de momentos que marcaram minha adolescência. Durante anos, o dia mais feliz da minha semana era o domingo. Esperava ansiosamente cada momento da largada, cada reportagem sobre os grandes prêmios, cada jornal de segunda-feira, cada revista automobilística...
Tornei-me fã de Jacques depois de ler uma reportagem na Revista Caras no início de 1996. Na mesma semana que li a matéria, JV venceu sua primeira corrida na F1, em Nurburgring. Nesta época, eu já acompanhava de perto a Fórmula 1 e eu vibrei muito com esta vitória. Como toda garota de 13 anos, é claro que me impressionou primeiro em Jacques foi o fato dele ser muito gato, mas o que me fez me tornar fã mesmo dele foi o seu jeito franco e autêntico. Sempre gostei das suas declarações polêmicas, dos seus visuais inusitados e de sua fama de piloto pouco convencional. Além de tudo isso, é claro que me encantei completamente pelo seu talento e pelo seu estilo de pilotar arrojado.
Virei, então, uma fã ardorosa de Jacques, colecionando qualquer coisa que tivesse relação com ele. Gastava toda minha mesada e até deixava de lanchar só para comprar revistas, anuários, bonés, camisetas, fitas... Naquela época, Salvador não possuía bancas que vendessem revistas importadas, então toda semana eu tinha que ir para o aeroporto só para comprar estas revistas. Quem conhece Salvador sabe que o aeroporto fica um tanto longe do centro da cidade, mas mesmo assim eu estava lá toda semana, sem falta. E cada reportagem ou entrevista que eu encontrava era motivo de muita comemoração e orgulho.
Durante o ano de 1996 eu torci desesperadamente até o último instante para que Jacques conquistasse o campeonato. Fiz promessa, fiz mandiga, mas não deu certo e Damon Hill levou campeonato. Aí veio um dos momentos mais odiados por mim: o período entre as temporadas. Era muito dolorido esperar até começar a temporada seguinte, pois nestes momentos nós não tínhamos muitas informações sobre os pilotos. Ai meu Deus, se naquela época tivéssemos o acesso que temos hoje à internet, tudo seria diferente.
Começou, então, a temporada de 1997 e tudo indicava que este seria o ano de Jacques. O melhor de tudo é esta promessa se confirmou de forma sensacional. O campeonato foi disputadíssimo e a rivalidade entre Jacques e Schumacher foi realmente eletrizante. Não tenho nem palavra para descrever como foi a vitória de JV em Jerez de la Fronteira, vitória esta que deu o título a Jacques. Para começar, pela primeira vez na história da F1, três pilotos marcaram o melhor tempo nos treinos. Jacques, Schumacher e Fretzen fizeram exatamente o mesmo tempo, igualando até em milésimos. Inacreditável! Como JV tinha completado a volta primeiro, ele levou a pole. Eu fiquei completamente sem fôlego com este treino. E a corrida, então? O que dizer da ultrapassagem de JV sobre Schumacher e da tentativa absurda deste de retirar Jacques da pista? Entrei em êxtase total neste dia. Depois de tanto gritar, fiquei completamente afônica. Com certeza, este foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Em 1998, infelizmente o ano já não foi tão bom quanto os anos anteriores. Foi muito triste passar toda uma temporada sem uma vitória e com apenas dois pódios. Apesar deste ano não ter sido muito feliz para carreira de Jacques, este foi um ano excepcional para mim como fã. Troquei minha festa de 15 anos por uma ida à corrida de Interlagos e por uma viagem para o Canadá. Consegui convencer minha família a viajar à terra de Jacques, no meio do inverno, pois seria baixa temporada e os preços lá despencam nesta época. Nós chegamos a enfrentar 40 graus negativos. Antes da viagem, eu passei meses tentando aprender francês, pois eu queria estar preparada para conversar com Jacques caso eu encontrasse ele lá. Eu ficava imaginando que iria conhecê-lo e nós íamos nos apaixonar. Kkkkkkk Como são engraçados estes devaneios de adolescente.
O melhor da viagem do Canadá foi ter conseguido convencer o guia turístico a mudar a rota da viagem só para conhecer a cidade natal de Jacques, Saint-Jean-sur-Richelieu. Lá eu visitei o Museu de Gilles Villeneuve. Neste museu, além de ter muitos artigos de colecionador de Gilles, eu encontrei muitas peças de Jacques também, como seu carro da Formula Indy, seu capacete e o champanhe da vitória. Eu até aprontei com a segurança do museu e fingindo que não entendia o aviso de não tocar nos objetos, eu entrei num carro de corrida de Jacques. Este momento foi muito mágico, nunca me senti tão próxima ao meu ídolo.
Nos anos que seguiram, infelizmente não houve mais possibilidade de Jacques conquistar corridas, muito menos títulos. As temporadas de JV na BAR foram muito angustiantes, pois a gente percebia claramente que Jacques estava desperdiçando seu talento numa equipe e num carro que não estavam à altura dele. Neste período, eu tomei ódio mortal de Galvão Bueno, que gostava de se referir a Jacques como “chicane ambulante”. Isso me matava! As temporadas na Sauber também não renderam muito. Segui acompanhando carreira de Jacques durante todo este período sempre esperando a reviravolta, mas esta infelizmente não aconteceu.
Quando Jacques saiu da Formula 1 em 2006, eu acabei perdendo contato com a carreira dele. A atribulada vida de adulto e a dificuldade de ter acessos às informações me afastaram da vida de fã. Mesmo assim, até hoje quando eu paro para ver minha coleção de artigos da Jacques, eu me emociono e relembro o quanto eu fui feliz como fã. Apesar das reveses sofridas na carreira, Jacques nunca me decepcionou, por isso seguirei sempre como uma fã orgulhosa deste canadense brilhante.
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Quando a gente lê algo assim, depois de tantos anos acompanhando Jacques Villeneuve, é difícil não nos emocionarmos.
Ju, muito muito obrigada pelo seu texto. É simplesmente inacreditável como ler seu texto me trouxe todas as lembranças à mente, perfeitas, inesquecíveis. Nós, fãs de Jacques, fomos muitos felizes durante 96 e 97.
Beijinhos, Ludy
Ju, muito muito obrigada pelo seu texto. É simplesmente inacreditável como ler seu texto me trouxe todas as lembranças à mente, perfeitas, inesquecíveis. Nós, fãs de Jacques, fomos muitos felizes durante 96 e 97.
Beijinhos, Ludy
Comentários
Ainda mais nesse coisa de caçar revistas e tudo mais em uma país que não dá a minima para pilotos estrangeiros.
Aliás, não temos boas revistas até hj, né! fala sério!
Mas isso é mto bom! Não estávamos e não estamos sozinhas :))))
Mto bom o texto e a história Ju!!!
Bjs, Lu
Este é mesmo o REI do Octeto!!!! Muito bom!!!!
É uma grande pena que JV não esteja mais na f1... ele faz falta! Ok, sou suspeita para falar!!!
Parabens pelo texto e pela sua torcida!! JV merece!!!
Super bjusss, Tati
Beijos