"Minha história como fã de Jacques Villeneuve" por Bruno Marques
Oi gente! Chego para postar para vocês mais um ótimo texto de outro fã de Jacques Villeneuve. Quem não leu o primeiro, clique aqui.
O convidado desta vez é nosso leitor Bruno Marques. E o texto dele, para nós, fãs do canadense, é uma viagem muito bacana ao túnel do tempo! Curtam aí!
O convidado desta vez é nosso leitor Bruno Marques. E o texto dele, para nós, fãs do canadense, é uma viagem muito bacana ao túnel do tempo! Curtam aí!
"Minha história como fã de Jacques Villeneuve" por Bruno Marques
Jacques Villeneuve foi o símbolo da época que me fez voltar a ver F-1. Com a ida do ‘chefe’ Ayrton Senna para uma ‘outra categoria automobilística’ eu perdi a constância de assistir às corridas. Eu tinha só 8 anos e fiquei muito abalado. A F-1 não tinha nenhum outro piloto pelo qual eu torcia.
Mas, ocasionalmente eu assistia à Indy também. E lá, me lembro de assistir às 500 Milhas de Indianápolis de 1995 e ver um moleque canadense comemorando sobre um carro azul (cuja cor me encantava!) tomando leite com a equipe.
Fiquei contente que aquele jovem tinha se transferido para a F-1 no ano seguinte e que chegava aclamado na Williams como o herdeiro do mitológico Gilles Villeneuve. No ano seguinte, antes do início da temporada de 1997 ele era apontado como o favorito. Mas não seria assim tão fácil. Nesta temporada comecei a prestar mais atenção nas suas atuações: A vitória em Interlagos; a febril conquista na Argentina, quando ele estava com febre e combateu (e venceu!) um feroz Irvine; além das vitórias em Barcelona, Silverstone, Áustria e Luxemburgo.
Mas também houve frustrações como a de Mônaco e a do Canadá, em que eu ansiosamente esperava uma vitória de Jacques em casa e ele acabou naquele impiedoso muro (lembro que a corrida de JV acabou ali e a minha também, desliguei a TV e fui embora rs). Em Hungaroring houve a angústia até ele passar Hill, mas com um quê de que talvez seu ex-companheiro merecesse levar aquela.
Chegou a final em Jerez, Jacques novamente gripado, mas com seu estilo rebelde, não aceitava o jogo sujo de Schumacher. Meu pai, que me apresentou a F-1, torcia para o alemão, e eu para Villeneuve. Quando o canadense partiu para cima do Dick Vigarista, o mesmo se revelou e jogou o carro. Acabou fora, mas ainda não podia comemorar até JV completar em 3º com o carro danificado. Um detalhe: Em toda a temporada 1997 era a primeira vez que Jacques ia ao pódio sem estar no lugar mais alto, mas mesmo em terceiro foi erguido campeão! Que gripe pode ser maior do que o dia em que honrou o seu nome e o imortalizou? Ao longo de toda a carreira dos dois, Villeneuve não pode ser considerado melhor que Schumacher, mas naquele ano JV era o melhor!
1998 tudo novo e o carro não era mais o mesmo, JV fazia o que podia e mantinha seu estilo rebelde, o que em tempos de ‘vacas magras’ me deixou revoltado também. Em 1999 partiu para um verdadeiro ‘shot in the dark’, a BAR. Mas quando eu vi o carro, gostei muito. Visualmente eu adorei o carro com a Lucky Strike e depois misturado com um zíper dourado à marca 555. Era inovador! Mas parava no visual. Foi duro ver Jacques se matando com aquele carro que trazia muito dinheiro, mas pouca eficiência. E quase se matou literalmente na Eau Rouge. Ele e Zonta em questão de 5 minutos. O acidente de Zonta veio pra mostrar que o carro era mesmo muito desequilibrado e deste dia lembro que Villeneuve ficou bravo: “O acidente dele foi mais legal que o meu!” rs
Em 2000 veio o motor Honda e com ele a esperança de dias melhores. De fato foram. Na minha opinião este foi o terceiro melhor ano de JV (tirando logicamente 1996 e 1997). Do fim do grid sem pontos, Villeneuve foi lutar no pelotão intermediário para o principal: 4 quarto lugares, o primeiro já em Melbourne para mostrar que agora tinha vindo para brigar e um show de demonstrações arrojadas. Ficou em 7º no fim do Mundial, um dos primeiros após as equipes maiores, um excelente e bravo resultado.
Em 2001 o ano foi menos constante nos pontos, mas vieram dois pódios extremamente significativos. O primeiro em Barcelona, com Jacques no pódio barbudo em 3º e na mesma posição em Hockenheim com Villeneuve tão empolgado que quase levou um escorregão. Tenho uma foto dele no pódio jogando champanhe, na porta do meu armário até hoje!
Em 2002 foi o ano do início do declínio com muito sofrimento e pontos apenas em ótimas atuações em Silverstone e Indianápolis. Sem apoio dentro da equipe que ajudou a fundar, 2003 foi o ano que não acabou, com JV indo embora. O corporativismo na F1 atingiu níveis tão insuportáveis que não era mais lugar para a personalidade livre de Jacques.
Porém, ele retornaria em 2004 para as 3 corridas finais. Fora de forma, mas ainda com o prestígio de campeão, o ‘Vilanova’ assim chamado pelo então companheiro de equipe Fernando Alonso, guiou para a Renault, que foi um trampolim para que o canadense voltasse à categoria. Foi para a Sauber em 2005 e não encontrou uma situação tão diferente do que na BAR, mesmo assim somou pontos, a exemplo de 2006, mas era sua temporada derradeira. Assim como a personalidade singular de Jacques, sua carreira até parece de ponta cabeça. Suas melhores temporadas foram as primeiras e depois da consagração e o estrelato, mesmo as condições não correspondendo o coração do piloto quer continuar correndo, mesmo que o ritmo não seja mais o mesmo.
Para nós, fãs de Villeneuve, era como estivéssemos com ele onboard, acelerando nas retas, contornando as curvas juntos e até sentindo frio na barriga e extremo cuidado quando ele corria na chuva e passava sobre zebra, faixa branca, etc. Que fã de Jacques não arrepiou na inesquecível e assustadora corrigida em plena Eau Rouge em 2005 com Fisichella no encalço e Villeneuve extraindo o máximo da Sauber? Quem não sorri junto com seu entusiasmo no pódio? Quem não vibrou com a ultrapassagem por fora em Schumacher no Estoril?
Enfim, JV não para e está sempre competindo em alguma categoria por aí, gostaria de vê-lo na Indy, mas entendo, ele sempre está atrás de desafios novos. Na F-1 não há mais espaço, sua personalidade transcende aquele ambiente burocrático. Ainda assim, Villeneuve surpreende cada vez mais. Além de ter feito implante (como ele corrigiu aqueles cabelos falhos? Me digam porque também estou na mesma situação! Rs), Jacques apareceu na recente entrevista ao Esporte Espetacular e chocou com uma simplicidade e humildade que eu não esperava. De fundo em sua casa só um piano (de sua empreitada musical muito autêntica por sinal!) e nada de troféus, fotos, menções honrosas, o que chamou a atenção do repórter. Avassaladora foi sua resposta afirmando que não se prendia ao passado, não precisava ficar falando o que fez, o que lhe interessa é sobre o que vai fazer, qual o próximo plano, a conquista seguinte, sem dúvida, um campeão original, especial e radical!
Saudações para a Ludmila Villeneuve, todas grandes F1 Girls do Octeto e fãs de JV. Esta foi minha ‘homenagem’ a um dos pilotos que mais sou fã! Obrigado!
Ah, uma confissão básica, durante anos da minha adolescência eu assinava exatamente assim, Ludmila Villeneuve...rsrsrs... #coisasdeadolescente
Beijinhos, Ludy
Mas, ocasionalmente eu assistia à Indy também. E lá, me lembro de assistir às 500 Milhas de Indianápolis de 1995 e ver um moleque canadense comemorando sobre um carro azul (cuja cor me encantava!) tomando leite com a equipe.
Fiquei contente que aquele jovem tinha se transferido para a F-1 no ano seguinte e que chegava aclamado na Williams como o herdeiro do mitológico Gilles Villeneuve. No ano seguinte, antes do início da temporada de 1997 ele era apontado como o favorito. Mas não seria assim tão fácil. Nesta temporada comecei a prestar mais atenção nas suas atuações: A vitória em Interlagos; a febril conquista na Argentina, quando ele estava com febre e combateu (e venceu!) um feroz Irvine; além das vitórias em Barcelona, Silverstone, Áustria e Luxemburgo.
Mas também houve frustrações como a de Mônaco e a do Canadá, em que eu ansiosamente esperava uma vitória de Jacques em casa e ele acabou naquele impiedoso muro (lembro que a corrida de JV acabou ali e a minha também, desliguei a TV e fui embora rs). Em Hungaroring houve a angústia até ele passar Hill, mas com um quê de que talvez seu ex-companheiro merecesse levar aquela.
Chegou a final em Jerez, Jacques novamente gripado, mas com seu estilo rebelde, não aceitava o jogo sujo de Schumacher. Meu pai, que me apresentou a F-1, torcia para o alemão, e eu para Villeneuve. Quando o canadense partiu para cima do Dick Vigarista, o mesmo se revelou e jogou o carro. Acabou fora, mas ainda não podia comemorar até JV completar em 3º com o carro danificado. Um detalhe: Em toda a temporada 1997 era a primeira vez que Jacques ia ao pódio sem estar no lugar mais alto, mas mesmo em terceiro foi erguido campeão! Que gripe pode ser maior do que o dia em que honrou o seu nome e o imortalizou? Ao longo de toda a carreira dos dois, Villeneuve não pode ser considerado melhor que Schumacher, mas naquele ano JV era o melhor!
1998 tudo novo e o carro não era mais o mesmo, JV fazia o que podia e mantinha seu estilo rebelde, o que em tempos de ‘vacas magras’ me deixou revoltado também. Em 1999 partiu para um verdadeiro ‘shot in the dark’, a BAR. Mas quando eu vi o carro, gostei muito. Visualmente eu adorei o carro com a Lucky Strike e depois misturado com um zíper dourado à marca 555. Era inovador! Mas parava no visual. Foi duro ver Jacques se matando com aquele carro que trazia muito dinheiro, mas pouca eficiência. E quase se matou literalmente na Eau Rouge. Ele e Zonta em questão de 5 minutos. O acidente de Zonta veio pra mostrar que o carro era mesmo muito desequilibrado e deste dia lembro que Villeneuve ficou bravo: “O acidente dele foi mais legal que o meu!” rs
Em 2000 veio o motor Honda e com ele a esperança de dias melhores. De fato foram. Na minha opinião este foi o terceiro melhor ano de JV (tirando logicamente 1996 e 1997). Do fim do grid sem pontos, Villeneuve foi lutar no pelotão intermediário para o principal: 4 quarto lugares, o primeiro já em Melbourne para mostrar que agora tinha vindo para brigar e um show de demonstrações arrojadas. Ficou em 7º no fim do Mundial, um dos primeiros após as equipes maiores, um excelente e bravo resultado.
Em 2001 o ano foi menos constante nos pontos, mas vieram dois pódios extremamente significativos. O primeiro em Barcelona, com Jacques no pódio barbudo em 3º e na mesma posição em Hockenheim com Villeneuve tão empolgado que quase levou um escorregão. Tenho uma foto dele no pódio jogando champanhe, na porta do meu armário até hoje!
Em 2002 foi o ano do início do declínio com muito sofrimento e pontos apenas em ótimas atuações em Silverstone e Indianápolis. Sem apoio dentro da equipe que ajudou a fundar, 2003 foi o ano que não acabou, com JV indo embora. O corporativismo na F1 atingiu níveis tão insuportáveis que não era mais lugar para a personalidade livre de Jacques.
Porém, ele retornaria em 2004 para as 3 corridas finais. Fora de forma, mas ainda com o prestígio de campeão, o ‘Vilanova’ assim chamado pelo então companheiro de equipe Fernando Alonso, guiou para a Renault, que foi um trampolim para que o canadense voltasse à categoria. Foi para a Sauber em 2005 e não encontrou uma situação tão diferente do que na BAR, mesmo assim somou pontos, a exemplo de 2006, mas era sua temporada derradeira. Assim como a personalidade singular de Jacques, sua carreira até parece de ponta cabeça. Suas melhores temporadas foram as primeiras e depois da consagração e o estrelato, mesmo as condições não correspondendo o coração do piloto quer continuar correndo, mesmo que o ritmo não seja mais o mesmo.
Para nós, fãs de Villeneuve, era como estivéssemos com ele onboard, acelerando nas retas, contornando as curvas juntos e até sentindo frio na barriga e extremo cuidado quando ele corria na chuva e passava sobre zebra, faixa branca, etc. Que fã de Jacques não arrepiou na inesquecível e assustadora corrigida em plena Eau Rouge em 2005 com Fisichella no encalço e Villeneuve extraindo o máximo da Sauber? Quem não sorri junto com seu entusiasmo no pódio? Quem não vibrou com a ultrapassagem por fora em Schumacher no Estoril?
Enfim, JV não para e está sempre competindo em alguma categoria por aí, gostaria de vê-lo na Indy, mas entendo, ele sempre está atrás de desafios novos. Na F-1 não há mais espaço, sua personalidade transcende aquele ambiente burocrático. Ainda assim, Villeneuve surpreende cada vez mais. Além de ter feito implante (como ele corrigiu aqueles cabelos falhos? Me digam porque também estou na mesma situação! Rs), Jacques apareceu na recente entrevista ao Esporte Espetacular e chocou com uma simplicidade e humildade que eu não esperava. De fundo em sua casa só um piano (de sua empreitada musical muito autêntica por sinal!) e nada de troféus, fotos, menções honrosas, o que chamou a atenção do repórter. Avassaladora foi sua resposta afirmando que não se prendia ao passado, não precisava ficar falando o que fez, o que lhe interessa é sobre o que vai fazer, qual o próximo plano, a conquista seguinte, sem dúvida, um campeão original, especial e radical!
Saudações para a Ludmila Villeneuve, todas grandes F1 Girls do Octeto e fãs de JV. Esta foi minha ‘homenagem’ a um dos pilotos que mais sou fã! Obrigado!
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Bruno, seu ficou muito bacana mesmo. Eu ia lendo e comentando comigo mesma, "Putz, eu lembro disto, e disto, e disto"... rsrsrs... Como os anos passam, mas as lembranças permanecem intactas. Valeu por me fazer relembrá-las. Obrigada você também pela participação!Ah, uma confissão básica, durante anos da minha adolescência eu assinava exatamente assim, Ludmila Villeneuve...rsrsrs... #coisasdeadolescente
Beijinhos, Ludy
Comentários
Pra mim foi uma honra, d verdade! = )
Valeu pelos elogios e fiquei muito contente em saber q vc lembrou d várias coisas q eu citei! Muito legal mesmo! Adorei! Fiz o texto rapidão, mas pude registrar algumas coisas.
Ah, a foto q vc colocou do JV no pódio é exatamente a mesma q eu disse q tinha no armário hehehe
Gostei mto das ilustrações do vídeo!
hauahaua bem q eu imaginei q vc tinha o sobrenome 'postiço' do canadense hehehe mas d tão fã q vc é pq n poderia usá-lo!? De acordo! rs
Bjs, Ludy! Obrigado pela oportunidade
Bruno