Aprendizado mútuo

“Treinador” de Villeneuve destaca aprendizado com canadense

Aluízio Coelho detalha ao Tazio sua função com o campeão da F1 neste fim de semana

Por Bruno Ferreira, de Interlagos


Jacques Villeneuve está tendo um suporte de alta qualidade em sua adaptação à Stock Car neste fim de semana.

O campeão mundial de F1 de 1997, que disputa a Corrida do Milhão em Interlagos, vem recebendo conselhos do experiente Aluízio Coelho, competidor de longa carreira no automobilismo brasileiro e internacional.

O piloto, que disputa o Brasileiro de Marcas pela Mico’s Racing, a mesma equipe pela qual o canadense está correndo, detalhou ao Tazio seu trabalho neste fim de semana e alertou para as dificuldades de adaptação com o carro.

“Minha função é como eu se fosse um ‘catalisador de colas’, tentando promover a união entre ele e o engenheiro e estreitar a comunicação, principalmente. E usar um pouco também da minha experiência de piloto, inclusive da equipe, já que trabalhei no Brasileiro de Marcas com eles. Este trabalho é muito importante para ter um resultado mais positivo com o carro”, explicou. “Foi uma escolha bastante natural. Fiquei bastante feliz, porque é um profissional de altíssimo gabarito e sei que eu também posso aprender muito com ele. Aprendemos juntos nesses dois dias de trabalho.”

“A adaptação nunca é fácil para qualquer um que entra em uma categoria de alto nível como é a Stock Car, independente do nível do piloto. Mas, como campeão de F1, ele tem uma bagagem para diminuir algumas perdas.”

“Aprendi muito com ele desde sua posição dentro do carro, já que ele coloca uma espuma nas costas para proteger a área da coluna vertebral. Isso ele aprendeu, obviamente, com sua experiência. É interessante ver que ele se preocupa com seu habitáculo, que ele se preocupa não por medo, mas sim por precaução. Ele é um cara muito atrevido, mas muito precavido. Ele é um cara muito legal, muito gente boa, ótimo de trabalhar.”

Segundo Coelho, o canadense enfrentou problemas de freios nos primeiros treinos livres, o que lhe impediu de lutar por uma posição entre os 15 mais bem colocados, resultado esperado pela equipe neste início de atividades.

O carioca aponta que Villeneuve ainda precisa melhorar sua adaptação às freadas com um Stock Car, o que exige mais do câmbio do que várias categorias internacionais.

“O que ele precisa é estar no limite especialmente nos pontos de freada. Usa-se muito mais do que o normal o câmbio nas freadas e é um pouco desconfortável para quem não está acostumado.”

Trajetória no automobilismo

Coelho disputou campeonatos de monoposto na Europa a partir de meados dos anos 1990, tendo como destaque o título na F-Renault Inglesa em 1998. Como prêmio pela conquista, o piloto ganhou a oportunidade de testar um carro de F1 da Williams na versão curta do circuito de Silverstone, na Inglaterra. O modelo utilizado, o FW20, foi justamente o último guiado por Villeneuve na equipe inglesa.

“Hoje de manhã, perguntei ao Jacques o que ele achava do carro. Ele explicou que o carro era complicado com aerodinâmica, muito sensível, então toda vez que ele atacava a curva, tinha problema e downforce. Em Monza, onde eles tiveram mais competitividade, foi onde colocaram peso na frente do eixo dianteiro do carro. Inclusive, isso foi o precursor do sistema de mola que vemos hoje em dia na F1, que usa torção em vez de encolher”, detalhou Coelho, que, em seguida, correu ao lado de Jenson Button na F3 Inglesa.

“O Jenson foi muito melhor do que eu e acabou migrando para a Williams, onde eu tinha uma boa posição por ter feito um bom teste. Tive muitas dificuldades, ele era um profissional mais completo que eu naquela época. Não tive patrocínio para continuar na Europa e retornei ao Brasil, onde decidi, depois de anos parado e pela idade, ir ao Turismo.”

Coelho ocupa a 16ª posição no Brasileiro de Marcas, tendo marcado 15 pontos na rodada do Rio de Janeiro.

Fonte: Tazio

Estas matérias são sempre muito bacanas. Uma das coisas positivas da vinda de Jacques para a corrida.

Beijinhos, Ludy

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