Coluna - o que elas pensam
Capelinha de Melão é de São João... É de Cravo é de Rosa é de Manjericão... Cai, cai balão aqui na minha mão... Olha a cobra! È mentira!!!! Olha a vaga na Ferrari, compadre!
Em clima de São João e quadrilha que começo um assunto que há muito venho pensando. Não seria de se admirar que fosse mais de ano.
Que a “brasilidade” domina mais da metade do jornalismo nacional e que se seguíssemos a regras a risca, torceríamos para os brasileiros porque, oras eles são brasileiros, todos nós já sabemos. Que piloto brasileiro não erra jamais e que sempre há um culpado para um erro, mesmo que seja a conjunção astral, também já estamos calvos de saber.
Cada vez mais, me convenço que isso é um modo errado de fazer as coisas. Muito errado. Não deu certo com o Rubinho e não dá com o Massa, que foram os únicos pilotos brasileiros com expressão suficiente para gerar altas esperanças na F1 depois de Senna.
Mas, tudo isso vai além da encheção dos nossos ouvidos durante as transmissões e nos sites e redes sociais. Estou quase concordando com o lado da minha cabeça que diz que essa filosofia (sim, não é só no jornalismo, toda a coisa tem essa brasilidade exagerada) prejudica mais os pilotos do que qualquer um.
Uma hora, mais cedo ou mais tarde, eles acreditam que são “essa coca-cola toda” e como o resultado não vem como “deveria”, todo mundo cai matando o infeliz. Ninguém tem obrigação de ser campeão de F1, só os melhores entre os melhores são. Não é um problema enorme não ser, mas a pressão nos infelizes é tanta que parece que uma carreira até bem sucedida foi ruim, motivo de piada.
Neste ano, o Massa não rende como deveria e dizem que seu lugar na Ferrari está ameaçado. Não adianta mais colocar a culpa em sensações estranhas ou mesmo no companheiro de equipe e na tia do café. Não está dando certo, é um ano ruim para o brasileiro. E ele se deu conta, ao que parece, que a Ferrari nunca o quis para campeão, se o título de 2008 tivesse vindo seria um lucro absurdo.
Convenhamos, quem quer investir em ti como campeão, não contrata pagando bem um bicampeão em plena forma para ser teu companheiro de equipe. Acho que o brasileiro sentiu o peso desta verdade e está demorando um bocado para se restabilizar. Não há como saber se vai conseguir ou não. Não sei se ele sai da Ferrari tão pouco. Ele, assim como Hamilton, parecem tão ligados às suas equipes que não consigo vê-los com outros macacões. (Well, RB com o macacão da Williams até hoje parece montagem para mim, mas isso é picuinha pessoal que tenho.)
O fato é que essa brasilidade desmedida atrapalha quando exige um heroísmo que o cara não consegue dar. Não se monta um herói, eles nascem assim, acontecem assim. Se Senna era um, vão ter que esperar pelo próximo naturalmente. Não adianta exigir mais do que os caras podem dar. Talvez até funcione por um certo tempo, mas no final a verdade aparece e o piloto que era até bem bonzinho vira piada nacional. Só ele sai perdendo, afinal, a mídia e os fãs migram para outro e outro...
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Com cordam? Descordam? O bom da opinião é que ela não é fachada, é algo sempre em construção e que sempre aprende algo quando se conversa com outros.
By Lu
Em clima de São João e quadrilha que começo um assunto que há muito venho pensando. Não seria de se admirar que fosse mais de ano.
Que a “brasilidade” domina mais da metade do jornalismo nacional e que se seguíssemos a regras a risca, torceríamos para os brasileiros porque, oras eles são brasileiros, todos nós já sabemos. Que piloto brasileiro não erra jamais e que sempre há um culpado para um erro, mesmo que seja a conjunção astral, também já estamos calvos de saber.
Cada vez mais, me convenço que isso é um modo errado de fazer as coisas. Muito errado. Não deu certo com o Rubinho e não dá com o Massa, que foram os únicos pilotos brasileiros com expressão suficiente para gerar altas esperanças na F1 depois de Senna.
Mas, tudo isso vai além da encheção dos nossos ouvidos durante as transmissões e nos sites e redes sociais. Estou quase concordando com o lado da minha cabeça que diz que essa filosofia (sim, não é só no jornalismo, toda a coisa tem essa brasilidade exagerada) prejudica mais os pilotos do que qualquer um.
Uma hora, mais cedo ou mais tarde, eles acreditam que são “essa coca-cola toda” e como o resultado não vem como “deveria”, todo mundo cai matando o infeliz. Ninguém tem obrigação de ser campeão de F1, só os melhores entre os melhores são. Não é um problema enorme não ser, mas a pressão nos infelizes é tanta que parece que uma carreira até bem sucedida foi ruim, motivo de piada.
Neste ano, o Massa não rende como deveria e dizem que seu lugar na Ferrari está ameaçado. Não adianta mais colocar a culpa em sensações estranhas ou mesmo no companheiro de equipe e na tia do café. Não está dando certo, é um ano ruim para o brasileiro. E ele se deu conta, ao que parece, que a Ferrari nunca o quis para campeão, se o título de 2008 tivesse vindo seria um lucro absurdo.
Convenhamos, quem quer investir em ti como campeão, não contrata pagando bem um bicampeão em plena forma para ser teu companheiro de equipe. Acho que o brasileiro sentiu o peso desta verdade e está demorando um bocado para se restabilizar. Não há como saber se vai conseguir ou não. Não sei se ele sai da Ferrari tão pouco. Ele, assim como Hamilton, parecem tão ligados às suas equipes que não consigo vê-los com outros macacões. (Well, RB com o macacão da Williams até hoje parece montagem para mim, mas isso é picuinha pessoal que tenho.)
O fato é que essa brasilidade desmedida atrapalha quando exige um heroísmo que o cara não consegue dar. Não se monta um herói, eles nascem assim, acontecem assim. Se Senna era um, vão ter que esperar pelo próximo naturalmente. Não adianta exigir mais do que os caras podem dar. Talvez até funcione por um certo tempo, mas no final a verdade aparece e o piloto que era até bem bonzinho vira piada nacional. Só ele sai perdendo, afinal, a mídia e os fãs migram para outro e outro...
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Com cordam? Descordam? O bom da opinião é que ela não é fachada, é algo sempre em construção e que sempre aprende algo quando se conversa com outros.
By Lu
Comentários
Massa acreditou no que a Globo vencia: que era um grande piloto!
Nunca foi, nunca será. Ele é apenas mais bom piloto, algo que tem de sobra no grid.
Bjinhus, Tati
Se monta um herói e põe na vitrine. Depois o coloca no time das vítimas. Não há sequer nenhum bom senso, quando se trata de torcedores, que não percebem a manipulação e esquecem do equilíbrio das coisas.
O negócio se torna tão estranho, que nós que não temos nada com essa "brasilidade desmedida" bem colocada pela Luane, ficamos em dúvida se não somos nós os errados, os implicantes da história.
Belo texto Lu.
=*
Sobre o Massa vc disse tudo, me parece que ele "se deu conta" de que a Ferrari nunca acreditou cegamente que ele fosse o líder a trazer a equipe para as glórias.
Não é um campeonato de nancionalida e sim de pilotos. Entende?
Sou super a favor que cada um torça por quem quiser, mas que o faça pelo talento do individuo, pq é isso que o piloto merece e não pelo campo nacionalidade no documento de identidade.
Nenhum deles está onde está por isso e sim pela habilidade atrás do volante.
Acho que esse ufanismo todo faz mal para os pilotos brasileiros. Olha o caso do RB, onde quiseram espremer dele o que ele não podia dar e o cara virou piada. Se tivessem o aceitado como ele é, com o talento que tem, seria mais bem tratado no próprio país e pelos torcedores.
Me fiz entender agora?
Bjs e obrigada por visitar o Octeto.
Não é uma questão de nacionalidade e sim de afinidade. Torço por quem quero pq ele pilota como gosto.
Bj, Lu M
Espero q o Octeto tenha muitos anos pela frente, para mostrar a verdadeira paixão pelo esporte ultrapassa fácil a barreira das fronteiras entre países