Coluna "O que elas pensam" by Lu

Para onde esse mundo vai?

Eu sou uma velha. Com essa verdade irefutável e cada vez mais evidente começo a minha primeira coluna aqui no Octeto.

Sou uma velha daquelas que sente saudades das classificações onde cada um tinha 1h, 12 voltas e uns dois ou três jogos de pneus para fazer a pole. Sou uma velha porque lembro de ler (e recortar) as notícias da F1 nas páginas da Zero Hora. Meu pai odiava que eu picotasse o jornal e eu só podia pega-lo no final do dia, depois que todos leram. Eu lembro da F1 escrita e em papel jornal. Um luxo era uma revista colorida e bem diagramada. O suprasumo era comprar a 4 Rodas só para pegar o suplemento que trazia duas matérias da F1 Racing.

Mas, tal qual a velhinha que estrela o comercial do Mercado livre, eu sou uma velhinha moderna. Eu gosto e dou valor para as coisas que a juventude inventa. "Para onde esse mundo vai?" Perguntaria, sabiamente, a minha avó.

Uma dessas maravilhas da juventude é possibilidade de disseminação de informação de maneira rápida, cada vez mais fácil e barata que é a internet. Uau! A velha descobriu a América!

Sim, eu sei que a internet é assunto batido, mas o modo como ela evolui, não. Cada vez mais, estamos mais próximos e interligados. Ferramentas como o twitter são, no meu ponto de vista, geniais e tem sido bem usado na maior parte do tempo.

Mas, estávamos falando sobre F1 e surpreendentemente a categoria mais pomposa, chata e metida a besta do mundo aderiu totalmente a uma ferramenta tão popular quando o twitter.

Essa é a revolução que assusta, mas também coloca um sorriso nos lábios da velha aqui. Cada vez que leio um twitte do Kovalainen cortando a grama ou mesmo a assessoria da Mercedes contando o que foi ajustado durante um pit stop 20 segundos deois que ele terminou fico boba, relembro a época em que só o papel existia e penso “para onde esse mundo vai...”

A Aldeia Global McLuham virou pouco mais que uns quarteirões. A informação não depende só de meia dúzia de fontes e pontos de vista. Podemos ler várias fontes, pesquisar, comparar e só depois formar uma opinião. Estamos mais próximos e bem melhor informados, basta querer.

E como toda boa velha eu tenho fé. Muita fé de que toda a informação disponível forme uma geração mais ligada, mais estuda e que saiba embasar uma opinião. Que seja mais livre para gostar e desgostar com conhecimento de causa sem precisar que ninguém diga o que fazer.

Sei que muitas vezes não parece que isso vá acontecer, mas volta e meia encontramos nessa tal de rede mundial de computadores uma figuras que me fazem pensar que minha fé não é em vão.

By Lu