Nelsinho Piquet sobre FA: "Entre eu e o Alonso era normal (...) ele nunca foi arrogante."
Nelsinho revela "birra" de Massa e desdenha: "o problema é dele"
Bruno Império e Rafael Krieger
POSTO apenas alguns trechos da entrevista ... para ler inteira cliquem AQUI
UOL Esporte - Você comentou que na Fórmula 1 é preciso conhecer as pessoas certas. A máfia é muito grande?
Nelsinho - Não, você está falando de um jeito que parece até que é máfia italiana, mas não é bem assim. Estou falando que faz uma diferença enorme você ter um empresário que já está na Fórmula 1, porque não é só resultado que vai te levar para lá. No meu caso, venci a Fórmula 3, quase venci a GP2, e fui por esse motivo. Lógico, tinha um nome também que
ajudou. mesmo que eu fosse um Zé qualquer eu poderia ter chances, porque ganhei quase todas as categorias de acesso à F-1. Mesmo assim, você viu o que aconteceu, infelizmente me envolvi com as pessoas erradas. É tudo uma questão de entrar na hora certa, no momento certo. Nos Estados Unidos também tem um pouco disso, mas a diferença é que você tem que se enturmar na comunidade dos pilotos e mecânicos. Tem que virar amigo, porque no estilo de pilotagem da Nascar, estando tão perto um do outro o tempo inteiro, um empurrando o outro, é muito fácil você a 300 por hora encostar de leve, o carro sair rodando, bater no muro e acabou, entendeu? Então você tem que ter esse relacionamento com eles para não rolar ciúmes.
UOL Esporte - Você entrou na Fórmula 1 através do Flavio Briatore, que era o seu
empresário. Você acha que se o seu agente fosse outra pessoa você estaria na Fórmula 1 até hoje?
Nelsinho - Acho que teria uma chance maior, né? Meu empresário na época era ele, e ele era o chefe da equipe ao mesmo tempo, então tinha um conflito de interesses enorme. Tinha dia que ele era o meu empresário, e tinha dia que ele era o chefe da equipe. Então, não era nem um nem outro. E isso acabou atrapalhando bastante, porque eu nunca me senti confortável. Empresário é um cara com quem realmente você pode contar. Não foi isso que eu tive. Foi prometido, mas não foi o que aconteceu.
UOL Esporte - E você discordou que é uma máfia italiana...
Nelsinho - É, bom, enfim, tem poucos casos, mas existem. Mas eu nunca tive um empresário.
Eu meio que fui obrigado a assinar esse termo de empresário lá porque era o jeito dele na Renault. Não foi só por causa disso que eu entrei, lógico, entrei por causa de resultado, mas ele falou: “se quiser entrar aqui, quero ser o empresário dele, vou ajudar ele, tenho relacionamento bom com as pessoas, uma moral boa, tem vários pilotos que eu estou agenciando”. Então acho que teria dado muito certo se eu estivesse em outra equipe, talvez. Apesar de tudo que aconteceu, ele é um cara que tem muita influência, conhece muita gente, e talvez poderia me ajudar sim, mas em outra equipe.
UOL Esporte - Como era a convivência entre você, o Briatore e o Fernando Alonso dentro da Renault?
Nelsinho - Entre eu e o Alonso era normal, nenhum problema, a gente era amigo... Lógico, ele é um piloto muito esperto, nunca vai abrir a porta para mim, mas sempre que eu precisava, ele conversou, nunca foi arrogante. O Briatore já tem um caráter diferente, é um cara mais difícil de lidar, um cara que adora gritar, mas enfim, eu fazia o meu trabalho lá, e não me envolvia muito não.
UOL Esporte - E você nunca culpou o Alonso nessa história toda...
Nelsinho - Acho que não foi culpa dele, quer dizer, se foi, se ele pediu, não sei de nada. Mas eu acho muito difícil, acho que a equipe quis dar resultado para tentar manter ele na equipe por mais um ano, porque ele queria sair de lá, o carro tava ruim. E o Alonso você sabe com é que é, se não tiver com um carro bom, competitivo, ele quer sair fora e quer ir para onde está o melhor equipamento. Mas acho que ele nunca teve envolvimento.
UOL Esporte - E como ficou a sua relação na Fórmula 1 depois do episódio? Você não correu mais no Desafio das Estrelas... Abalou a sua relação com o Felipe Massa?
Nelsinho - É, o Felipe ficou chateado, achou que perdeu o campeonato por causa de mim, tem as birras dele. Mas ele acha o que quiser, ele pode ficar puto, tem todo o direito, mas não é por causa de uma corrida que ele perdeu o campeonato. Aconteceu aquilo que aconteceu com ele nos boxes, que não teve nada a ver comigo, podia ter acontecido em qualquer corrida a qualquer hora, mas enfim, ele tem os motivos dele, não acho ruim, o problema é dele.
UOL Esporte - Você tinha amigos no grid? Com quem você se dava melhor?
Nelsinho - Tinha, sou amigo até hoje do [Sebastien] Buemi, o Rubinho... Os pilotos da GP2 todos eram amigos meus. Quando você chega na Fórmula 1, se você não entra lá já amigo, e difícil fazer amizade lá dentro, porque cada um fica na sua equipe. O Rubinho não, porque na época da GP2 eu já conversava com ele, ele já me dava algumas dicas, e chegou lá a gente continuou sendo amigo. Mas o Massa eu não conhecia ele, só fui conhecer realmente quando entrei na Fórmula 1.
UOL Esporte - E o Kimi Raikkonen, existe relação com ele?
Nelsinho - É um cara bem diferente. Sou muito amigo do empresário dele. E às vezes o cara fala: “não estou acreditando, ele é uma porta, sempre igual, não tem expressão”. Mas ele é engraçado, gosta de sair, gosta de aprontar, adora aprontar.
UOL Esporte - A Fórmula 1 sente falta de um playboy assim para chamar mais atenção?
Nelsinho - Olha, virou um esporte muito... até deixou um pouco de ser esporte para ser mais um negócio. Para os patrocinadores, às vezes, é até melhor ter um robozinho que faça seu trabalho e vá para casa, não apareça em nenhuma foto bebendo, qualquer coisa do tipo. Hoje em dia eles preferem isso. Lógico que, para o esporte, para o público, seria bom ter um cara igual o Raikkonen, um cara bem diferente. Todo mundo sabe que ele adorava beber e ele não estava nem aí.
UOL Esporte - Como é ver a Fórmula 1 de fora agora? Como você analisa o último campeonato?
Nelsinho - Achei muito bom, sempre acompanho e sempre vou acompanhar, adoro o campeonato, adoro a Fórmula 1. Foi muito disputado, eu fiquei agoniado na ultima corrida, tenso, não acreditava no que estava acontecendo, mas até hoje acompanho e acho super legal, mando mensagem para o pessoal lá de vez em quando...
UOL Esporte - Você estava torcendo para o Alonso na última corrida?
Nelsinho - Estava torcendo para o [Mark] Webber. Acho que ele é um cara mais velho, que realmente batalhou muito nesse ano, talvez não fosse o mais rápido, mas foi um pouco mais inteligente do que o [Sebastian] Vettel, e acho que ele merecia. Não sei se ele vai ter outra oportunidade de ser campeão. A Red Bull já era a favor do Vettel, agora com esse campeonato, mais ainda. Enfim, queria que ele ganhasse pelo menos um campeonato antes de se aposentar.
UOL Esporte - O que você faria no lugar de Felipe Massa no último GP da Alemanha?
Nelsinho - Eu tive isso na Renault. Teve corrida em Silverstone que acho que o Alonso errou no começo, ou eu passei ele no começo da corrida, não sei, e ele realmente estava mais rápido que eu, e tive que deixar passar. Mas esse é um código que tem em todas as equipes. Quando seu companheiro de equipe está mais rápido do que você, tem que deixar passar para não estragar a corrida dele. Sei que é difícil para as pessoas entenderem isso, mas às vezes tem que rolar jogo de equipe para ajudar a equipe inteira. Às vezes é melhor ganhar com um carro só do que não ganhar com nenhum. A equipe ganha mais dinheiro, você tem um orçamento melhor para o outro ano, pode desenvolver mais o carro.
UOL Esporte - É difícil ser companheiro do Alonso?
Nelsinho - Não é só o Alonso. É difícil ser um novato na Fórmula 1. Hoje em dia, não tem muito treino, o carro é muito difícil de pilotar, e muito rápido, tem muita coisa acontecendo no volante, tem que pensar na estratégia, então é difícil. Você tem que ter uma preparação muito boa para chegar lá tranquilo e sem pressão, o que foi o caso do Hamilton. Ele entrou lá seguro, porque o Ron Dennis estava apoiando ele desde pequeno, então é a mesma coisa se eu corresse na equipe do meu pai. Eu ia me sentir um pouco mais seguro, protegido, um pouco mais tranquilo. Então, hoje em dia, os pilotos mais experientes como o Rubinho estão tendo uma vantagem, pela falta de treino, pelo carro ser tão difícil de pilotar, ter tanta coisa nova todo ano.
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Bom... li esta entrevista logo de manhã quando cheguei ao trabalho, por falta de tempo não pude postar. E para postá-la, claro, eu queria bastante tempo.
Tempo ... eita palavrinha poderosa, né?! Pois nada como o tempo para curar nossas feridas, nos fazer pensar, repensar e mudar. Eu me arrependo de alguns julgamentos que fiz sobre Nelsinho. A cada entrevista que leio dele, sinto mais isso. Na verdade, eu sinto mais remorso. Acho que ele fez um M gigante, mas quem sou eu para condenar alguém!? Isso quem deve/pode fazer são os pais dele... não eu!
Apesar disso, considero que Nelsinho foi um dos principais culpados do acontecido, porque a ele cabia dizer NÂO! Acho ainda que Piquet tinha respaldo para fazê-lo. Acredito também que hoje ele só reclama do Briatore porque não obteve vantagens do italiano como seu empresário, e como muitos disseram na época, e ele acabou de confirmar ontem, a confissão veio por raiva, não por consciência pesada.
O tempo passou e hoje consigo ver as coisas com mais clareza. Sem aquela chateação de ver Alonso ser criticado a cada lugar por conta de algo que não há o menor indício de que ele fez parte. Podem dizer que ele "deveria saber". Mas não há provas, ou melhor, não há nem mesmo indícios de provas contra Alonso. Podem espernear o quanto quiserem, mas não há! Então sem isso, ficam condenando o cara só pelo condicional ... o que é "muito" justo! hehe
É muito engraçado quem tem coragem de dizer: ELE SABIA COM CERTEZA! hehe Aí, com esta afirmação sempre vem a minha pergunta: "então você tem provas, certo?!". hehe Podem apostar, as respostas para esta minha pergunta são sempre as mais criativas.
Eu também me divirto muito com a curiosidade que todos têm sobre Alonso. Os jornalistas ficam agitados, curiosos, ansiosos e com os olhos famintos esperando que Nelsinho critique o espanhol. Só que a crítica não vem. Eles tentam, tentam... porém a crítica não aparece. Deve ser bem frustante. hehe
Nelsinho foi bem claro ao dizer que não acredita que Alonso sabia. E confesso que gosto de ler as entrevistas do Piquet, porque ele sempre afirma o que nós, fãs, já sabemos sobre Alonso. Certa vez, eu disse que quem não acompanha o bicampeão não sabe o que foi a vida dele até chegar onde está. Quando digo isso, não falo para justificar possíveis desvios de conduta do cara, apenas quero dizer que conhecendo um pouquinho dele, vemos um sujeito bem diferente deste "homem maquiavélico sedento de vitórias que pisa em qualquer um para conseguir o que quer"! É isso... quem acompanha Alonso sabe que as coisas não funcionam desta maneira. Ele não é nem santo, nem vilão. Acerta e erra como qualquer um de nós.
"Nada Sei" como alguns se referem a ALonso após o episódio em Cingapura é um dos adjetivos mais ridículos já inventados por estes brasileirinhos frustados com a atual situação do automobilismo do país. País este que tem dois jovens pilotos sem futuro; um tendo que ir tentar a vida na Nascar; outro se arrastando há 15 anos na F1, traumatizado pela Ferrari/Schumi e que ainda promete títulos impossíveis; e outro, Felipe Massa, procurando outra profissão, afinal tomou o ano inteiro meio segundo do seu companheiro de equipe. Isso sem falar na base do esporte ... ou melhor, que base!?? Um país que perde Jacarepaguá, só pode mesmo ter como representantes o que vemos por aí! Di Grassi e Senna, se duvidar serão os últimos. Stock Car é o futuro do Brasil no automobilismo. (suspiros...) É... eu sei!
E esta frustação tupiniquim é descontada em pilotos como Alonso, um cara vencedor, que sempre derrotou seus companheiros brasileiros e que só é odiado porque nasceu na Espanha. Aposto que se na certidão de nascimento dele estive escrito BRASIL - IL -IL ele não seria chamado de "Nada Sei" ou "Dick Vigarista". Ele provavelmente seria chamadode Gênio! hehe
E por falar em Massa... este sim é mau perdedor! Um cara que não admite que errou e que culpa outra pessoa pela perda de um título não pode ser exemplo de esportividade! Mas como diz Nelsinho: " o problema é dele!". rs
Estes dias estava com texto pronto para postar sobre o Mafffinha, mas acabei desistindo. Era sobre uma entrevista que ele e Rogério Ceni (outro que "adoro!!") deram a Reginaldo Leme. Alonso, claro, foi tema. O Sr. Leme, naquela curiosidade sanguinolenta comum do jornalistas brasileiros, perguntou ao goleiro o que ele achava do espanhol. Com a resposta Rogério mostrou-se o típico torcedor do brasileiro: aquele tipo que só não gosta do Alonso porque " ele é concorrente do nosso amigo Massa!". UAU ... um argumento incrível, não!? Bom, pelo menos eu tenho motivos mais interessantes para não gostar do Massa e do próprio Ceni.
Eu fico pensando como deve ser triste para o Felipe perceber que ele não tem torcedores, e sim amigos e compatriotas. Pois imaginem se ele não fosse brasileiro ou tivesse poucos amigos?! Provavelmente não teria torcida nenhuma! hahaha Já Alonso, Kimi, Schumacher, Senna tem torcida... daquele tipo que torce porque sabe que o cara é bom, porque tem talento, porque sabe que tem braço. Coitado do Massa... rs
Ao Nelsinho, eu desejo muita sorte nos EUA. Que ele reconstrua sua vida e carreira por lá! Que ele nunca mais precise passar o que passou nas mãos de um Briatore e que um dia ele ainda possa sentar com Alonso numa mesa de bar para dar boas risadas. Só que para o asturiano... cerveja, só se for sem álcool! hehehe
Sorte ao Nelsinho Piquet! E desculpem o desabafo... queria falar muito mais mas vou poupá-los... Deixo para outra ocasião! Se eu falar tudo que penso... não vai prestar!!! hehehehe
Bjinhos, Tati
Comentários
Espero que ele tenha outra chance na F1.
Deixe Galvão com seu amor Massa.. eles se merecem, afinal..
:**
Agora preciso falar sobre a parte em que ele menciona Kimi...hahaha...adorei!!! Realmente, o Iceman faz falta. Muita, eu diria. Amigo de Steve é?! Mas Steve também deve ser bem festeiro tá? Tem cara e com certeza, deve ter fama!!! hahaha
Sobre a atitude de Massa com relação a Nelsinho, não acho certo. É mais fácil dizer que a culpa foi de Nelsinho, mas se esquece das duas corridas ridículas que ele fez porcaria no início do campeonato de 2008, como rodar sozinho. Lembram da sensação estranha?! Então! E Silverstone?! Aqueles rodopios infindáveis! Massa esquece que a mangueira que ficou presa no carro dele, no pit de Cingapura poderia ter ficado presa no carro de Kimi, que logo depois entrou no box e ficou atrás, esperando tudo ser resolvido. Procurem o vídeo no youtube e verão. No final das contas, foi só por um ponto que Massa perdeu em 2008. Neste ano em que ele foi campeão por alguns segundos, tanto ele, Felipe quanto Ferrari, cometeram erros. Culpar Nelsinho não fará de Felipe campeão, mas se Felipe realmente acredita que foi isto que lhe tirou o título... o que pode ser feito não é mesmo?
Beijinhos, Ludy
Aaaaahhhh e sobre o Kimi kkkkkkk ele parece uma porta, sem expressão?! bom se ele for assim ótimo! agora gostei quando ele falou que ele apronta e muito kkkkkk ê Iceman... vc faz muita falta com sua personalidade autêntica!!!!!
bjs, Ludy
Bjs e Abs.
Andrey
Em relação ao Massa, bem, é sempre muito fácil jogar a culpa sempre nos outros, em vez de reconhecer seus erros e tentar melhorar...postura essa que o faz se transformar no piloto que é hoje - basta comparar os números da temporada de 2010.
É isso aí, Tati!
Super Bjs
Julie