Um pouco de Keke
Em maio, me dei de presente o livro “Pilotos – Lendas da F1”, que é aquele que traz fotos belíssimas do Bernard e Paul-Henri Carthier e textos do Xavier Ximits. No livro, os maiores pilotos de todo os tempos estão divididos em capítulos por suas características. Tem os estilistas, tenazes, românticos, científicos, acrobatas e fortes.
Fiquei feliz em ver Keke entre os românticos junto com Senna e Hunt, por exemplo (na verdade, entre os dois, se formos considerar a posição das páginas).
Para acompanhar algumas fotos, que há muito quero postar, vou pinçar alguns trechos do texto sobre Keke para os mais novos o conheçam melhor.
“Por muito tempo Keke Rosberg foi considerado um plebeu convidado á mesa dos aristocratas desse esporte. ‘Seria um cúmulo se Rosberg fosse campeão do mundo’, declarou Nikki Lauda no meio da temporada de 1982. Alguns meses depois era fato: o finlandês levou o titulo, tendo conquistado apenas uma vitória. Hawthorn não tinha feito melhor em 1958. Mas o inglês tinha o seu valor , já havia sido campeão varias vezes. Já Keke, antes de 1982, nunca tinha subido no degrau mais alto do pódio. Ele vivia mais no final do grid , ás vezes fora dele: 14 desclassificações nos treinos.
Uma circunstância agravante: Rosberg abalava com seus jeans, seu bigode espesso, seus grandes Ray-Bans, seu blusão Hard Rock Café e seu cigarro de cowboy entre os dedos. Um visual de combatente dos circuitos e não de campeão mundial. Até os 30 anos ele nunca tinha estado atrás de volante de F1. Frank Williams o chamou no começo de 1982. Alguns diriam que seria uma recompensa justa depois de tantos anos nas galés. Mas Rosberg sempre encarou a verdade: “Jones deixou a equipe muito tarde para que Frank encontrasse outro”
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Depois de dois GPs, foi a vez de Reutemann deixar a F1. e Keke tornou-se o primeiro piloto da Williams, com um Ford V8 atmoférico nas costas. Normalmente, os motores turbo infestariam o campeonato. Mas, com a morte de Villeneuve e, depois, o acidente de Pironi, acabaram as esperanças da Ferrari. E a rivalidade entre Prost e Arnoux prejudicou a Ranault. Nessa temporada houveram 11 vencedores diferentes, prova de nenhum piloto dominava o campeonato. Assim, para conquistá-lo era preciso ser tenaz, marcar sempre em vez de marcar mais. Rosberg disputa como um cão, conduz a Williams no chicote.
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Para sua infelicidade ele nasceu na Finlândia, país sem tradição na F1. Nada de filiação ou patrocinadores atraídos por um mercado tão pequeno. Então aos 22 anos ele parte em conquista da Europa, um Formula V preso a seu velho Datsun. No inverno ele oferece cursos de pilotagem na Holanda. O restante do ano, aceita qualquer volante disponível. Seu recorde? 42 corridas em 1978 (vale lembrar que cada ano possui 52 finais de semana): algumas corridas de F1 em escuderias de segunda linha, a série Tasmane na Nova Zelândia, o Campeonato Europeu de F2, a série CamAm nos EUA, a temporada de F2 na Argentina e os testes da Kojima F1 no Japão, para ocupar o tempo livre.
“Eu era uma prostituta. Era pago para pilotar qualquer coisa, como elas são pagas para amar qualquer um. Passei a vida em aviões. Engolia soníferos para combater o fuso horário. Não era fácil ser genial aos domingos nessas condições. Mas, era isso ou nada”, conta Keke.
Da época das vacas magras ele guarda o apetite pelos negócios. Depois de ser campeão continuou a caça por patrocinadores e encerou a carreira depois de uma temporada Mclaren, quando deu-se por conta que seus melhores ano tinham passado. Assim aos 39 anos, aposentou o capacete como piloto de F1. Mais tarde, como empresário, trouxe a F1 dois finlandeses: JJ Letho e Mika Hakkinen. Deu a eles toda a assistência que gostaria de ter recebido na sua época. Letho foi prejudicado por um ferimento nas vértebras cervicais. Já Mika, anos mais tarde, sagrou-se bicampeão mundial.
“E seguida Keke ocupou-se do filho. Sem sufocar nem adulá-lo. Nico Rosberg tem 20 anos e chegou a F1 pela Williams em 2005 (piloto de testes). Keke tinha talento, mas o melhor dos Rosbergs está por vir.” (vale lembrar que este livro foi escrito em 2005 e lançado em 2006, daí o uso do verbo no futuro.)
Minha mãe há pouco, estava aqui vendo o livro e me contou do pôster imenso que tinha do Emerson e do Keke colados na porta do seu quarto. “Eu assistia F1 como tu faz. Amava também, o François Cervet e o Ronie Perterson. Se eu soubesse que teria uma filha com o mesmo gosto jamais teria posto tudo fora quando casei. Comprava as revistas para pegar os posters dos que gostava com o troco das Foto-novelas que teu biso, meu avô, pedia para eu comparar para ele na banca.”, conta D. Rosane.
Ah se ela tivesse guardado os posters! Vejam meninos, que o gosto, também, vem do lado feminino da família. Não é só o cormossoma Y que traz a F1 no DNA ;)
Keke foi piloto da Copersucar em 1980 e 1981.
Aliás, gostaram das calças do Emerson? MS, tenho certeza, amou! Os anos 80 foram tensos no que diz respeito a moda.rsrsrs
By Lu
Comentários
Não é só a sua mãe que é fã do Keke Rosberg e do François Cevet, a minha tbm! Acabei de mostrar a ela esse post, e ela se divertiu bastante, lembrou de várias histórias dessa época!É, concordo contigo, acho que a paixão pela F-1 não vem só do cromossomo Y, não...rsrsrs
Valeu, Lu!
Bjs
Juliana
bjs, Ludy
Meninas, começo a pensar que nossas mamis eram bem mais "espertinhas" do que supomos inicialmente... hehehehehe
Fernando, manda p email blog essas fotos e histórias que eu quero ver! Vou adorar!!!
bjus, Lu M
Belo post!
Bjs, Pry.