Gomes, sempre ele!

Oi galerina!

Reproduzo aqui no Octeto a coluna de hoje do Flávio Gomes. Ele que é um oásis em meio ao nosso jornalismo automobilístico!

Ainda bem que Gomes sempre me faz perceber que não tenho o senso totalmente comprometido. Ok! Tenho mas só um pouquinho! rs

Coluna Warm Up: Passou, acabou

Flavio Gomes

O caos aéreo na Europa causado pela erupção do vulcão na Islândia (não adianta, não consigo escrever o nome) acabou jogando algumas cinzas sobre a polêmica que poderia se estender pela semana, a ultrapassagem de Alonso sobre Massa na entrada dos boxes em Xangai.

Pilotos e demais integrantes das equipes sofreram tanto para sair da China que não tiveram tempo para esticar o assunto. E a Ferrari se esforçou para colocar panos quentes ao declarar que foi tudo normal, resultado do estilo de pilotagem de uma dupla agressiva e determinada e coisa e tal.

Mas a discussão enveredou por caminhos perigosos, nos primeiros momentos após a corrida. Ética e companheirismo entraram na ordem do dia. Um exagero.

Não há falta de ética nenhuma quando um atleta, num esporte cujo objetivo é chegar na frente do outro, ultrapassa o primeiro, seja ele quem for. Desde que não o jogue no muro, não dê um toque desonesto, não jogue sujo.

Alonso não jogou sujo. Vinha mais rápido, Massa tinha saído mal da curva anterior, havia espaço, passou e pronto. Para ele era fundamental parar nos boxes antes, estava bem melhor na corrida, podia buscar posições mais à frente, e conseguiu. Terminou em quarto, enquanto Felipe se arrastou para chegar em nono, enfrentando as dificuldades que sempre apresenta em pista molhada.

A questão do companheirismo é quase retórica. Pergunte a qualquer piloto, antes do início da temporada, como encara seu companheiro de equipe. "Como um adversário qualquer", responderão todos, podendo acrescentar que "é importante trabalhar juntos, buscar soluções técnicas, colaborar", para concluir, inevitavelmente, que "quando chega na pista, é cada um por si".

E é assim mesmo. Ninguém corre pelo outro. Exceto em fim de temporada, quando um já não tem chances de título e o outro está brigando, e aí entra a direção de uma equipe, que determina o que tem de ser feito. É tudo, realmente, muito normal. Sempre foi assim.

O que pode ter chocado os mais puristas, no caso dessa ultrapassagem, foi o fato de ela ser rara, inesperada. E ter sido realizada sobre um piloto brasileiro, o que sempre desperta a ira daqueles que não gostam propriamente de corridas, mas sim de ver seus compatriotas andando na frente, como se a F1 tivesse sido criada para apenas eles vencerem. Infelizmente para esses, a vida não é assim, cor-de-rosa. Ou verde-amarela, no caso.

Alonso fez o que a maioria dos pilotos faria. Massa, inclusive. O que deixou Felipe irritado, mais do que o fato de ter sido seu companheiro de equipe o autor da façanha, foi ter sido surpreendido daquele jeito, quando, em suas próprias palavras, está na cara que neste Mundial "tem que ficar esperto". Com todo mundo.

Massa e Alonso têm uma relação civilizada e não creio que ela vá mudar muito por conta do passão chinês. O brasileiro nunca teve problema algum com parceiros, e também nunca foi amigo do peito de nenhum, exceção feita a Schumacher, com quem dividiu os boxes por apenas uma temporada. Felipe não é burro. Conhece a força de Alonso dentro e fora da pista e sabe que o único jeito de derrotá-lo é sendo mais rápido. Chorar pelos cantos não resolve. Então, que ninguém espere lágrimas de coitadinho por um episódio que, ao fim e ao cabo, não tem a dimensão que muita gente está querendo dar.

(fonte: Grande Prêmio)

***

Simplesmente isso! Se fosse Massa todos estariam elogiando, como é Alonso... é anti-ético, mau-caratér, sujo e "não liga para o companheiro de equipe", como disse um jornalista por aí. Já virou até mania, usam sem mesmo saber como e por que.

A verdade é que com Alonso não tem mais jeito: ele certo ou não, sempre será culpado ou vilão! So, I give up...

Pelo menos, Flávio Gomes, alguém que realmente entende do negócio e que já viveu dentro deste circo chamado F1, pensa como eu. Isso já me basta!

Bjinhos, Tati