Anelise, Fábio e Andrea entrevistam o Octeto

Oi gente! Hoje cheguei com bastante coisa para vocês lerem. Os participantes do dia são os leitores Anelise, Fábio e Andrea.

Então divirtam-se lendo, porque as perguntas estão bem legais!

Perguntas da Anelise

Ludy, na pista quem é mais talentoso Kimi ou Jacques? (quero uma resposta direta, ok??? rsrsrs)

Bom Anelise, sendo direta, é Kimi. Como eu falei na resposta que dei para Bia, acho que o Iceman tem duas características que para mim o colocam acima de Jacques, sua velocidade natural e sua força mental. Muitas vezes, assistindo àquelas corridas de sua época de McLaren, saindo lá de trás e enfrentando todo mundo de forma tão agressiva eu morria de medo que ele fizesse algo errado, mas não, ele fazia perfeito. E conseguia ser sempre o mais veloz. Sem contar que neste segundo semestre de 2009, o que ele fez com um carro que como disse Steve pertence ao museu, não foi brincadeira. Vejo Kimi como um piloto de talento diferenciado, especial. Jacques é um bom piloto, sempre foi agressivo, fazia ultrapassagens lindas (Estoril 1996 para cima de Michael Schumacher é inesquecível), algo que para mim ele herdou da época da Indy, mas Kimi é melhor, na minha opinião.

Tati, em 2007 teve a estréia do primeiro negro da Fórmula1, até então ninguém sabia quem era e o quê faria futuramente, agora me responda Lewis Hamilton foi um decepção pra ti????Algum dia houve admiração???

Oi Anelise! Boa pergunta! Interessante mesmo...

Não, Hamilton nunca foi decepção para mim porque nunca cheguei a admirá-lo. Acho que só nos decepcionamos com pessoas de quem esperamos alguma coisa, e dele, eu nunca esperei nada! Nunca coloquei grande expectativa sobre ele, talvez porque não tenha havido tempo para isso. Quando soube que ele seria companheiro de equipe do Alonso na McLaren, fui procurar para saber quem ele era e à primeira vista me pareceu ser um rapaz legal, o vi com certa simpatia. Lembro-me até de ter lido a biografia dele no site da McLaren, onde o próprio contava sobre a origem do desenho do seu capacete e citava Ayrton Senna.

Na verdade, nas duas primeiras corridas do Alonso na McLaren eu não tinha muito problema com Hamilton. Só a partir do Bahrein comecei a sentir que algo estava estranho. Na Espanha a coisa ficou mais evidente para mim, e em Mônaco, a coisa ficou totalmente clara. Vi que Lewis não era o tipo de pessoa que merecia o meu respeito e consideração. Foi lá onde tudo começou. Foi por conta daquele discurso ridículo dele e seu do pai ("Sou número 2". link) que todo o clima de guerra se iniciou, principalmente na imprensa. Depois a coisa só piorou...

Portanto, não... não me decepcionei com ele, mas confesso a você que às vezes sinto pena por ele ser esta pessoa tão arrogante e cheia de si. Ao meu ver, ele poderia ter escrito uma história na F1 bem mais bonita se não fosse como é.

Vick, mesmo nos dias difíceis da Honda, no teu coração de fã esse título era possível????

Anelise, quando comecei a torcer por Jenson Button, achei que nunca mais ele venceria um GP quanto mais ser Campeão do Mundo. Ainda bem que a F1 mudou, antes era dominada apenas por Ferrari e McLaren, é maravilhoso ver o fim desse Campeonato, com a Brawn GP e a Red Bull fazendo história.

Nunca sonhei, nunca achei possível. Torcia para JB e Honda, completamente de graça, simplesmente por admiração e respeito. Ainda bem que deu certo.

Lu, me responda qual a principal diferença de torcer pro Nico e pelo Jacques??? Tens a mesma empolgação???

Minha empolgação é a mesma, sim. Felicidade é felicidade e não tem jeito. Não acho que eles tenham valores diferentes. Ambos são determinados, teimosos e focados, por exemplo. O que realmente difere é a maneira como se expressam para o mundo. Jacques é viceral, enquanto Nico é diplomático. Os dois dão suas opiniões sobre os assuntos. Mas, Jacques opina muito mais sobre tudo e chuta a porta de quem quer que seja. O alemão é polido e diplomático. Tenta não se meter em polêmicas e com um Q de egocentrismo pensa muito nele próprio. Se o assunto tem a ver com ele, ele se envolve, se não, não e ponto.

Perguntas do Fábio

Luane: Onde você estudou em São Sepé? Como foi sua época de colégio?

Essa só tu vai entender, Fábio. Mas, eu fiz Primeiro Grau no Maju e o Segundo no CESS. Minha época de colégio foi sempre meio deslocada. Na verdade, sendo bem sincera, eu sempre fui meio deslocada, aqui, em São Sepé. E o gosto por F1 tem um pouco a ver com isso, pois ninguém entendia como eu voltava para casa cedo das boates do Clube do Comércio (não disse que só tu vai entender) só para assistir ao GP do Japão, por exemplo. Muito menos entendiam como eu torcia tão loucamente por um canadense. Outra coisa era a questão da leitura. Eu sempre li muito e minhas amigas não eram assim, daí eu ficava meio sem assunto. Mas, depois que mudei para Santa Cruz e conheci meus amigos de lá a coisa ficou mais fácil. Comecei a jogar RPG, conheci o Matheus e muitas outras pessoas que pensavam mais ou menos como eu. Sempre fui low profile, mas acho que minha adolescência sempre teve esse sentimento meio deslocado da realidade local.

Ludy: Tirando as viagens relacionadas ao automobilismo. Qual foi a viagem que mais te marcou e que mais você gostou?

Olha Fábio, conheço pouquíssimo do Brasil, mas pouco mesmo. Quando era pequena, todas as viagens que a gente fazia aqui para o Rio de Janeiro de férias eram especiais, mas gosto muito de lembrar de uma viagem que fizemos há alguns anos, para Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde fica a família da minha mãe, e que foi muito bacana. É uma cidade muito agradável. Adorei!!! Foram dias muito divertidos! Recentemente, 2007 e 2008 (nestes dois anos para comemorar o níver da Tati), e em maio deste ano (passear) fomos para Sampa para poder conhecer um pouco desta cidade sem automobilismo, e foi ótimo. É um lugar fascinante!

Tati: Qual o maior mico que você pagou na sua vida?

Fábio que complicado!! Apesar de ser uma pessoa muito tímida, sempre estou pagando alguns miquinhos por aí. Eu não me lembro do "mico da minha vida", mas posso te contar um recente: Em Interlagos eu sempre pago mico (só que todo mundo paga, não é só uma exclusividade minha), mas este ano eu paguei um a mais. Após Jenson ser campeão, eu e Ludmila corremos para encontrar a Vick no Setor A (para quem não sabe, este ano o Octeto ficou dividido: nós no B e a Vick no A), na volta para o lugar onde estava minha mãe e o restante do pessoal, gritei feito louca: “GO JENSON!Whooo “. Hehehe. Senhor!! Além de ser mico, agora vejo que alguém poderia ter interpretado aquilo como provocação, o que não era minha intenção, de verdade. Estava contente, apenas! Enfim, este é um dos meus micos. Micos que só acontecem em Interlagos. hehe

Vick: O que você mais gosta e o que menos gosta nos partos em que você trabalha?

Fábio!!!! Que pergunta bacana!!!!! Eu amo meus partinhos, amo de paixão, me emociono bastante, essa madrugada, completei o parto número 614.

O que mais amo, é ter o controle da situação, saber o que melhor para cada parto, para cada casal e bebê. Ter opções, saídas e ações para cada situação. É uma sensação de poder e plenitude muito grandes.

Agora que estou dando aula de Sala de Parto, tem sido mais maravilhoso ainda, porque eu vejo o brilho nos olhos das alunas, quando elas compreendem o que estou querendo ensinar e quando fazem os seus primeiros partos.

O que menos gosto? São duas situações diferentes... no serviço público, fico arrasada porque as gestantes não tem acesso a anestesia, como no serviço privado. Aquilo é uma benção... um bom anestesista, consegue fazer um bloqueio tão leve e perfeito, que não inviabiliza o parto normal. Pena que não são todas que tem esse presente.

No serviço privado, eu conduzo todo o trabalho de parto, e quem realiza o parto é o médico da paciente. Me irrita, quando eu percebo que eles não sabem o que estão fazendo, e desta forma, a paciente e o bebê não tem o melhor parto que eles poderiam viver, e com médico, não se opina, eles são "deuses" enclausurados em um mundo paralelo, onde ninguém, principalmente uma enfermeira, podem palpitar (me desculpe se algum médico está lendo, mas é isto que vivemos com vocês).

Perguntas da Andrea

Tati:O que mais te angustia em relação a ida do Fernando para Ferrari?Você tem medo de que aconteça o mesmo que aconteceu na McLaren?

Oi Andrea!! O que mais me angustia em relação a ida do Alonso para Ferrari, além da incompetência da equipe italiana vista nos últimos anos (rsrs), é realmente o medo de que as coisas se repitam como foi na McLaren! Temo que ele não tenha para onde voltar caso dê errado de novo. Não haverá uma 3ª chance!

Há razões concretas para esta minha preocupação? Até agora não! Mas o trauma é grande, tão grande que certas coisas ainda não cicatrizaram, ou talvez nunca cicatrizem. E isso acaba me impedindo de ver as coisas de forma mais racional. Muitos falam “Por que você está triste?? Alonso vai para Ferrari, claro que vai dar certo!”. Para mim, depois de 2007 nada é claro. Nada é simples. Nada é óbvio.

O que falo aqui para você é completamente subjetivo e vai apenas de acordo com a minha intenção. Afinal sou pisiciana típica: 100% emoção, intuitiva e uma romântica incorrigível. rsrs

Quando Fernando foi para a McLaren, eu simplesmnte sentia que tinha alguma coisa que não se encaixava e bastou poucos meses para descobrir que eu estava certa. Desta vez, meu sentimento é um pouco diferente e eu acho que pode dar certo, de verdade! Confio no Alonso. Tenho certeza que ele não cometerá os mesmo erros! Só que devido aos acontecimentos do passado, a minha intuição anda meio amedrontada. hehehe

Em relação às questão restritas à pista, não tenho qualquer temor. Alonso é simplesmente melhor, mais completo e mais piloto que Felipe Massa. Isso não me preocupa. Tudo vai depender de como Domenicali irá comandar a sua equipe. Kimi também é muito melhor que Felipe, e vimos como as coisas terminaram...

Lu: Além do Nico Rosberg o que mais te encanta na F1?

Tudo! Tirando as malandragens eu gosto do campeonato por inteiro. Eu gosto das fofocas e notícias mais sérias extra-pista. Gosto da coisa como um todo mesmo. Por mais boquiaberta que fique com algumas coisas acho que tudo faz, mesmo, parte do circo. As personalidades também me encantam. Observar como as pessoas reagem às situações.

Meu melhor amigo participa e ama arrancadões. Eu digo para ele que aquilo é bobo. Faço mil piadas dizendo que é esporte de quem não sabe fazer curva e de gente afobada (vou poupá-los das piadas mais chulas)... Enfim, não tem a alma de um campeonato inteiro com suas corridas, seus disse que me disse e um ano inteiro a rivalidade. As especulações do mercado de pilotos, então! É extresseante? É, claro! Mas é muito legal ficar imaginando quem vai para onde e porque e como se dará em tal lugar.

Ludy: Caso Kimi venha a parar definitivamente, você acha que ira continuar olhando a F1 da mesma forma?

Definitivamente não será nem de perto a mesma coisa. Quando Jacques saiu da categoria no final de 2003 eu parei de ver a F-1. A temporada de 2004 não existe na minha memória, não assisti nenhuma corrida até Jacques voltar para os três GPs finais pela Renault (China, Japão e Brasil) substituindo Jarno Trulli. Desta época para cá eu mudei muito meu modo de ver a categoria, e se por acaso Kimi sair, vai mudar novamente. Na verdade, já mudou muito. Eu costumava acreditar que ali ainda havia espaço para pessoas quando comecei a torcer para Kimi (já que como fã de Villeneuve ficou claro que ele nunca teve do seu lado as pessoas certas e confiáveis), mas me enganei também. Nestes últimos 4 anos, ou seja, 5 temporadas, só fui vendo que a F-1 é apenas um negócio e nós, que torcemos para pilotos e não para equipes, sofremos ainda mais, já que os pilotos vão e as equipes ficam. Se Kimi não estiver na F-1 ano que vem ela será apenas uma corrida de carros muito maravilhosa, mas sem alma e sem magia para mim. Não me entendam mal, eu gosto muito do esporte, mas para mim, Ludmila, ele simplesmente perde muito quando eu não tenho na pista o responsável pela minha paixão pela F-1. Foi assim com Villeneuve, será assim com Räikkönen.

Vick: Qual a sensação de torcer por um piloto que estava há pouco tempo atrás em uma equipe de 3º escalão e que estava desacreditado, e agora esse mesmo piloto provar que com uma ótima equipe, é possivel ser campeão?

Andrea, o interessante, é que eu continuaria torcendo por Jenson Button, enquanto estivesse correndo na F1, mesmo no 3 escalão. Acho que isso foi uma das coisas que aprendi, sendo torcedora de JB, a manter o controle, e tentar ser feliz com o que se tem. Se ele houvesse passado aqueles dois anos de Honda, chorando todos os dias, e reclamando, muito provavelmente, eu teria cansado dele.

Sobre a sensação... é algo muito bacana. Não há nada melhor, do que ler matérias e mais matérias, e ver que todos aqueles que o massacraram, agora o idolatram, e se matam em elogios. Sei que é tudo pro-forma, mas tiveram que se render, isto é o que importa.

Ao mesmo tempo, quando penso nesse campeonato, nem lembro dos outros, só penso no quão bom, foi ver Jenson tendo chances de competir em pé de igualdade, algo praticamente impossível na F1 passada, onde só 4 pilotos de 24 tinham vez, os pilotos da Ferrari e Williams.

Bom gente, foi isto por hoje. Quero muito agradecer a Anelise, Fábio e Andrea pelas perguntas e pela participação. Adoramos tudo!

O restante das entrevistas vocês podem ver aqui.

Amanhã teremos a última rodada desta semana especial em que os leitores nos entrevistam, então não percam!

Beijinhos, Ice-Ludy