Nina Rindt, na visão de Maria Helena Fittipaldi

Trecho do mesmo livro de Lemyr Martin, que citei ontem.
Nesse capítulo, quem descreve a morte e o título de Jochen Rindt, é a primeira esposa de Emerson Fittipaldi, a musa das F1 Ladies, Maria Helena Fittipaldi.
"Não foi fácil para Maria Helena acostumar-se às surpresas do circo. Em Monza, no GP da Itália de 1970, ela viveu duas desagradáveis experiências. Na sexta-feira, Emerson bateu feio contra a Ferrari de Ignazio Giunti e ficou sem carro para os treinos de classificação. No sábado, morreu Jochen Rindt, seu companheiro de Lotus.

Desde o primeiro dia ela lutava contra sua fobia crônica de multidão. Sentia-se tonta na confusão da super movimentada pista italiana e entrou em pânico quando um grupo de fanáticos tifoses da Ferrari cercou o trailer da Lotus, disputando os autógrafos do marido e de Rindt. Ainda hoje geme ao lembrar da violência do beslicão que levou na bunda quando foi até a garagem buscar uma viseira de capacete para Emerson.

O beliscão foi tão forte que deixou em sua nádega uma mancha roxa do tamanho de uma mão. Emerson, como todo bom ciumento ítalo-brasileiro, enfureceu-se ao ver a cara de dor e choro no rosto da mulher, e saiu a cata do atrevido sem nem saber como ele era, se loiro ou moreno.

Naquela corrida, o terceiro GP de Emerson Fittipaldi na F1, Maria Helena descobriu que nas pistas não existe distância entre glória e tragédia. Tomou o café da manhã com Nina, mulher de Jochen Rindt – uma das mulheres mais lindas que Maria Helena garante ter conhecido – e depois do almoço chorou a viuvez da bela finlandesa, quando o austríaco morreu na curva Parabólica, nas tomadas de tempo da classificação.

A primeira grande alegria de Maria Helena na F1 viria 30 dias após o beliscão, no circuito norte-americano de Watkins Glen. Naquele seis de setembro, foi ela quem teve vontade de se beslicar para ver se não estava sonhando, quando o marido cruzou a linha de chegada em primeiro lugar no GP dos Estados Unidos.

Mas quem ficou roxo foi o padre Stan Easty. O Father Easty, uma espécie de pároco da F1 na época e amigo do casal, que não se importava de ser chamado de Papai Noel por Maria Helena. Gorducho, luzidio e boa-praça, o frei tolerava qualquer palavrão e ouvia anedotas sem pregar sermões. Antes da corrida ele benzeu o Lotus vermelho Gold Leaf, abençoou Emerson e deu um crucifixo bento ao piloto, que Maria Helena costurou dentro do macacão do marido, na altura do coração.

Quando Emerson recebeu a bandeirada em primeiro lugar, Maria Helena, no êxtase da primeira vitória, agarrou-se ao padre com tal fúria que deixou o antebraço do clérigo roxo. Depois do pódio, o bem humorado sacerdote mostrou o local roxo a Emerson e brincou: “Você com a glória e eu com a penitência...”.



Várias fotos, mostrando a bela Nina Rindt:


Com a filhinha Natascha, em um carrinho do Jochen Rindt Show

Na última foto, Natascha testa um kart, observada por Nina e James Hunt.

Não se assustem, é o James Hunt sim... mas a mocinha é a Nina Rindt (duas fotos superioras)

Adorei o relógio da primeira foto, e a camiseta da terceira.

3 fotos recentes: mãe e filha inaugurando a placa da casa de infância de Jochen, Nina em uma premiação, continua belíssima.

Quer saber um pouquinho mais sobre a vida pessoal de Jochen Ridnt? Mais um pequeno textinho com um resumo sobre sua infância (surpreendente é pouco) e casamento.

"Karl Jochen Rindt, piloto austríaco, campeão mundial de F1 de 1970.

Jochen nasceu em 18/04/1942, na cidade de Mainz (Alemanha). Filho de pai alemão e mãe austríaca, Jochen ficou órfão aos 15 meses de vida, quando seus pais faleceram durante um bombardeio da II Guerra Mundial em Hamburgo (1944). Seus avós maternos foram responsáveis por sua criação na cidade de Graz (Áustria). Seu avô Dr. Hugo Martinowitz era advogado na cidade; Jochen naturalizou-se Austríaco, pois foi neste país que ele passou toda sua infância, adolescência e iniciou suas aventuras no automobilismo.

Durante os treinos para o Grande Prêmio da Itália (05/09/1970), em Monza, Rindt sofreu forte acidente na curva Parabólica, devido provavelmente a um problema nos freios. Ele foi imediatamente levado em direção ao hospital, mas faleceu no caminho. Rindt, que já havia vencido cinco corridas na temporada, não foi alcançado pelos seus adversários e foi declarado campeão do mundo postumamente. Essa conquista póstuma foi assegurada por seu companheiro de equipe, Emerson Fittipaldi, que ganhou a prova seguinte em Watkins Glen, impedindo que o belga Jacky Ickx, que corria pela Ferrari, alcançasse uma soma maior de pontos que a já obtida pelo corredor austríaco.

Competiu na F1 entre os anos de 1964 – 1970, pelas equipes Brabham, Cooper, Lotus. Disputou 62, venceu 6 corridas, e foi campeão em 1970 (o único campeão póstumo da história da categoria).

Vida Pessoal

Em março de 1967, casou-se com a finlandesa, Nina Lincoln, e sua filha Natascha nasceu um ano depois. Nina era filha de um famoso piloto finlandês, Curt Lincoln, e era uma famosa top model internacional.

Seu troféu de Campeão do Mundo foi entregue a sua viúva Nina Rindt. A tragédia se mistura com a ironia, já que Jochen havia prometido a Nina, que deixaria a F1 se conseguisse o título daquele ano, pois estava impressionado com a morte de Bruce McLaren em Goodwood, e com o acidente fatal de seu amigo Piers Courage em Zandvoort. Jochen estava vivendo com sua família na Suíça, próximo a Villa de Begnins. Seus negócios iam bem, e promovia anualmente o Jochen Rindt Show em Viena, o que lhe permitia segurança na aposentadoria.

Em 05 de setembro de 2000, exatamente 30 anos após sua morte, uma placa de bronze foi inaugurada na casa onde ele foi criado em Graz. Nina e Natascha estavam presentes.
Rindt está enterrado no cemitério central de Graz (Zentralfriedhof)."

Espero que tenham gostado.

Um feriadão perfeito para todos vocês!

Vick

Comentários

Carina disse…
Não se faz mais F1 Ladies como antigamante. Antes, as mulheres estavam ali pra apoiar os maridos pilotos. Hoje em dia, vão para as corridas mostrar a buzanfa com shorts minúsculos. Aff.
Amei o post Vick!
Bjos
Denise disse…
Ótimos posts, Vick! Os dois.

E apesar de ser uma história triste, é linda.

Beijos,
Manu disse…
Adorei os 2 posts Vick!
=*
Andrea disse…
Muito bom os posts sobre Jochen Rindt e sua bela mulher Nina Rindt...adorei a seção Biografias da F1,acho que deveria ter mais....
Parabéns Vick
Andrea
Marilia disse…
adorei conhcer a historia de Jochen Rindt e de Nina! Muito triste e ao mesmo tempo de arrepiar.

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