Todt x Vatanen por Ico
Não existe ironia maior em ver Jean Todt e Ari Vatanen brigando pela presidência da FIA. Afinal, os dois protagonizaram uma das histórias mais famosas do automobilismo, quando o vencedor do rali Paris-Dakar de 1989 foi decidido no cara-ou-coroa. Naquele ano, como nas edições anteriores, os carros da Peugeot dominavam com facilidade. Mas os pilotos da marca francesa, Vatanen e o belga Jacky Ickx, duelavam ferozmente pela vitória. Para não correr o risco de quebras ou acidentes, o chefão Todt chamou os dois num canto, pegou uma moeda de dez francos e atirou para o ar. O resultado determinou que Vatanen seria o vencedor e Ickx teve de seguí-lo disciplinadamente até o final.
(Na foto acima, Juha Kankkunen, Jean Todt e Ari Vatanen comemoram a vitória do primeiro no Dakar de 88, clique para ampliar)
A campanha dos dois está sendo costurada faz tempo e segue a todo vapor. No GP de Mônaco, um final de semana de confusão política, os dois já circulavam pelo paddock e faziam os primeiros contatos enquanto a cova de Max Mosley era preparada. Em Nürburgring, sepultamento feito, Vatanen circulou alegremente pelo paddock, falou com a imprensa, fez reuniões a portas fechadas e ganhou o apoio declarado de gente como Martin Whitmarsh, chefe da McLaren. Enquanto isso, Jean Todt circulava pela África, encontrando presidentes de Federações em busca de votos – uma estratégia bem ensinada por Mosley.
Ao contrário do que muita gente pensa e até escreve, Todt não tem a simpatia da Ferrari para vencer a eleição. Ainda. Em que pese seu passado vencedor pela equipe, o homem que a FOTA preparou para vencer em outubro é o finlandês – e isso inclui o apoio de Luca di Montezemolo. Além da FOTA, quem vai entrar pesado na campanha por Vatanen é a ACEA, a associação das montadoras européias.
Todt seria o candidato “da situação” e, pelo menos no paddock da F-1, isto não cai muito bem. Mas parece ter as melhores cartas na mão dentro do intrincado processo eleitoral da FIA. Se convencer os chefões da F-1 que está disposto a aceitar muitas das exigências da FOTA, pode acabar se tornando um candidato de consenso. Mas, por seu passado, vai ser difícil angariar a simpatia de gente como Frank Williams, Whitmarsh, etc.
Quanto a Max Mosley, é importante deixar claro que o dia que marcou seu final não foi hoje, mas o 24 de junho. Sua saída foi selada ali, assim como o futuro da Fórmula 1. No dia seguinte, rodou a baiana e ameaçou que voltaria se Montezemolo não viesse à publico e mudasse o discurso vitorioso. O italiano não deu um pio, sabia muito bem que Mosley não tinha o que fazer - um papel que havia assinado garantia que ele não concorreria à eleição. Hoje, o homem que ficou 18 anos à frente da FIA apenas escolheu e fez campanha por seu sucessor.
Que será Todt ou Vatanen. Sem moedinha dessa vez.
Fonte: Blog do Ico
Texto muito interessante. Se quiserem saber mais uma historinha sobre Vatanen e Todt, cliquem aqui. Surreal as voltas que a vida dá!
(Na foto acima, Juha Kankkunen, Jean Todt e Ari Vatanen comemoram a vitória do primeiro no Dakar de 88, clique para ampliar)
A campanha dos dois está sendo costurada faz tempo e segue a todo vapor. No GP de Mônaco, um final de semana de confusão política, os dois já circulavam pelo paddock e faziam os primeiros contatos enquanto a cova de Max Mosley era preparada. Em Nürburgring, sepultamento feito, Vatanen circulou alegremente pelo paddock, falou com a imprensa, fez reuniões a portas fechadas e ganhou o apoio declarado de gente como Martin Whitmarsh, chefe da McLaren. Enquanto isso, Jean Todt circulava pela África, encontrando presidentes de Federações em busca de votos – uma estratégia bem ensinada por Mosley.
Ao contrário do que muita gente pensa e até escreve, Todt não tem a simpatia da Ferrari para vencer a eleição. Ainda. Em que pese seu passado vencedor pela equipe, o homem que a FOTA preparou para vencer em outubro é o finlandês – e isso inclui o apoio de Luca di Montezemolo. Além da FOTA, quem vai entrar pesado na campanha por Vatanen é a ACEA, a associação das montadoras européias.
Todt seria o candidato “da situação” e, pelo menos no paddock da F-1, isto não cai muito bem. Mas parece ter as melhores cartas na mão dentro do intrincado processo eleitoral da FIA. Se convencer os chefões da F-1 que está disposto a aceitar muitas das exigências da FOTA, pode acabar se tornando um candidato de consenso. Mas, por seu passado, vai ser difícil angariar a simpatia de gente como Frank Williams, Whitmarsh, etc.
Quanto a Max Mosley, é importante deixar claro que o dia que marcou seu final não foi hoje, mas o 24 de junho. Sua saída foi selada ali, assim como o futuro da Fórmula 1. No dia seguinte, rodou a baiana e ameaçou que voltaria se Montezemolo não viesse à publico e mudasse o discurso vitorioso. O italiano não deu um pio, sabia muito bem que Mosley não tinha o que fazer - um papel que havia assinado garantia que ele não concorreria à eleição. Hoje, o homem que ficou 18 anos à frente da FIA apenas escolheu e fez campanha por seu sucessor.
Que será Todt ou Vatanen. Sem moedinha dessa vez.
Fonte: Blog do Ico
Texto muito interessante. Se quiserem saber mais uma historinha sobre Vatanen e Todt, cliquem aqui. Surreal as voltas que a vida dá!
Beijinhos, Ice-Ludy
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