Tony Kanaan
Tony e o filhote Leonardo, nascido em 2007
Dois momentos: com a esposa e o cãozinho Lucky
Há algum tempo, venho querendo postar, sobre a ótima entrevista que o Grande Prêmio fez com o Tony Kanaan.
É incrível como sabemos pouquíssimo sobre os pilotos brasileiros.
Fiquei admirada com a história do Tony, e isso fez com que eu o admirasse mais ainda.
Através dessa entrevista, também aprendi a admirar mais ainda a família do Rubinho Barrichello. Eles praticamente adotaram o Tony, quando o pai dele morreu.
Vou postar alguns trechos que eu adorei, e deixar os links da entrevista completa para vocês.
Repito, vale a pena.
Primeira Parte: http://ultimosegundo.ig.com.br/paginas/grandepremio/materias/473001-473500/473005/473005_1.html
Segunda Parte: http://ultimosegundo.ig.com.br/paginas/grandepremio/materias/473001-473500/473210/473210_1.html
Sobre Zanardi:
GP: O acidente do Zanardi, seu amigo e companheiro de equipe, em 2001, te fez repensar a carreira naquele momento?TK: Não. Já tínhamos perdido o Greg Moore em 1999. O acidente me fez repensar em como a gente pode ser forte na vida, pois o cara é um exemplo para qualquer pessoa. Ele fez a Maratona de Nova York, me contou na semana passada que fará a Paraolimpíadas no ano que vem pela Itália. Até falei pra ele: “Você é um retardado da cabeça”. Eu sofri bastante na hora. Para se ter uma idéia, a gente trocava de roupas juntos. Eu não tinha idéia da extensão do acidente e, quando fui me trocar para ir ao hospital, vi as roupas dele e o par de tênis dele. Pensei: “Pô, vou levar o tênis para ele usar quando for deixar o hospital”. Tenho esse tênis até hoje, não tive coragem de devolver para ele. Falei que estava com ele, serviu em mim, uso ele até hoje. Mas tento sempre encarar as coisas como fatalidade. O automobilismo é um esporte perigoso, está cada vez melhor em termos de segurança, mas está longe de ser totalmente seguro e é minha vida. Nós somos pagos e reconhecidos pelo que é, pois somos os poucos que tiveram coragem de se arriscar nisso. Tem de ter um risco, e eu encaro como uma fatalidade, assim como o acidente do Rafael (Sperafico). Qualquer corpo que for atingido por algo a 200 km/h não vai sobreviver. O do Zanardi foi o momento errado na hora errada.
Podiun no Texas, Zanardi e Kanaan companheiros de equipe
Sobre Christian Fittipaldi:
GP: Aliás, o que foi aquilo na copa de 2002, quando você, o Christian Fittipaldi, o Cristiano da Matta e o Bruno Junqueira cortaram o cabelo estilo “cascão” após a conquista do penta?
TK: Bom, o sr. Christian Fittipaldi é o rei do duvido. É aquele cara que fica provocando o cachorro quando está preso e sai correndo quando o soltam. Você fala algo pra ele e ouve um “duvido”. Ele duvida de tudo. Bem, ganhamos a Copa e tinha a corrida em Chicago. Com o cabelo ruim, já andava com ele curto e, pra mim, não mudaria nada. O Cristiano já estava meio careca, o Christian com aquele cabelão dele. O (Roberto) Moreno teve até de pegar cabelo do chão para fazer uma “xuquinha” na frente. Então, estávamos todos assistindo a final no motorhome, a coisa estava ruim antes do primeiro gol e falei assim: “Se o Brasil ganhar, vamos cortar o cabelo como o do Ronaldinho”. A primeira palavra que ouvi? “Duvido”. E, como eu corto meu cabelo, ando com minha máquina de mão. Para a infelicidade da Andréa, esposa do Christian, o Brasil ganhou a Copa e todos cortaram o cabelo. Ela ficou sem falar comigo e com ele por uma semana. O Christian é um cara bonito, mas ele ficou feio pra burro. Lembro que fomos para o aeroporto e parecíamos membros de alguma seita, pois éramos em cinco, todos carecas e com um chumaço na frente. A meta era chegar em Miami com o cabelo. Foi uma aposta graças à palavra mágica, que é “duvido”.
Sobre Arrependimentos (me admirei com a honestidade):
GP: Você é um cara explosivo. Em algum momento você tomou alguma atitude arriscada?
TK: Não. Mesmo sendo explosivo tento ser correto na pista. Em Toronto, 1996, o Helinho fez a pole e eu larguei em quarto. Não tava nada contente com a pole dele, assim como ele não ficava contente quando eu marcava, já que corríamos na mesma equipe. O dono da equipe falou: “Largue tranqüilo, pois quem larga atrás tem mais chances”. Como era uma longa reta, conseguíamos pegar o vácuo dos carros da frente. Bom. Lá vai Tony Kanaan passar todo mundo na primeira curva para ganhar a corrida, coisa de moleque. Não é que eu acertei o Helinho. Eu fui capotando, passei por cima, o tirei, tomei uma bronca fenomenal do dono da equipe. Foi uma cagada. Quando você fica mais velho, você não se importa em tomar pau, você tenta entender. Essa foi uma coisa de moleque. Em 1994, liderava minha primeira corrida da F-Alfa Boxer com uns 15 segundos de desvantagem, saí rodando e dei no muro na tentativa de marcar a melhor volta. Coisa de inexperiência que acontece com qualquer um. O Hamilton perdeu o campeonato na China. O Senna perdeu uma corrida em Mônaco. São besteiras que todo mundo faz. De ser incorreto, certamente, hoje, o que não faria de novo era a briga com o Sam Hornish Jr. Essa foi a cagada número um. Na volta de desaceleração, tirei uma “fina” do carro dele que não precisava, por estar puto com o que aconteceu nas voltas anteriores – que foi um acidente de corrida, como pude ver depois. Aí deu no que deu. Uma atitude não justifica outra, e ainda acho que o pai dele foi extremamente errado ao se meter e me dar um empurrão, assim como eu não devia ter passado daquele jeito por ele. Foi a número 1.
Sobre Marco Andretti:
GP: Em 2008, você será uma espécie de tutor. O quanto de liberdade que você terá para puxar a orelha do Marco Andretti, o filho do chefe, por exemplo?
TK: O chefe (Michael Andretti) me dá toda a liberdade do mundo. Só não vou me sentir um Deus, pois às vezes eles andam mais rápido que eu. Dentro da equipe, tenho toda a liberdade com os pés no chão e fazendo meu trabalho. Não me acho melhor que o Marco, nem que a Danica (Patrick) em nenhum momento, mas por ter mais experiência consigo me aproveitar mais de uma situação do que eles. Não é nem liberdade, mas é um pedido do Michael. Ele mudou o filho para Miami para eu ficar controlando ele, ir para a academia comigo, não deixar ele gastar dinheiro. Eu entendo o Marco, que tem 20, 21 anos, é um Andretti, corre numa equipe legal. Eu sei como é, então peço calma, sempre com respeito. Puxo a orelha nunca do jeito de guiar, mas mostrar meu ponto de vista ou o da equipe quando a coisa não vai bem, quando ele não quer dar entrevista por estar chateado, o jeito que ele fala com o engenheiro. Isso que eu tento passar. O carro, querendo ou não, quando eu acerto o meu, é só pegar e copiar. Eu nem sei o que eles conversam no rádio, pois estou trabalhando, também. Como eu tenho mais intimidade com o Marco, ele é meu amigo, falo com ele até sobre a namorada. Não estou lá pra vigiar ninguém, mas se puder ajudar com qualquer coisa eu puxo de lado e falo. O Marco, recentemente, me puxou de lado, pois achou que eu estava gritando com o meu engenheiro, com quem trabalho desde 1996. “Você diz para eu não gritar com o meu e está gritando com o seu”. Dei razão para ele. A gente se ajuda muito.Sobre Danica Patrick:
GP: E você se dá bem com a Danica?
By Vick
Comentários
eu me emocionei!!
adoro o Kanaan!!!!!
Bom achado Vick!!!!!
Tati
Deve ser uma figuraça como amigo!!!E trata a Danica muito bem...que legal!!! hehehehehe